Abradee pede critérios claros

Indefinições sobre renovação de contratos não permite que distribuidoras consigam se planejar e pegar créditos. A indefinição com relação à renovação dos contratos de concessão das distribuidoras de energia que vencem entre 2015 e 2016 já começa a dificultar a negociação de financiamento por parte dessas empresas, disse ontem o presidente da Associação Nacional de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite. "Temos falta de informação quanto aos critérios que serão usados na renovação dos contratos de concessão", afirmou. O presidente da Abradee disse que, como não há certezas com relação à renovação dos contratos, as distribuidoras afetadas encontram dificuldades tanto para renegociar contratos atuais, quanto para contratar novos financiamentos. "Os agentes financeiros querem ter certeza de que ela (a empresa) será detentora daquela concessão, querem como garantia os recebíveis, mas a distribuidora só poder dar como garantia os recebíveis se ela for detentora da concessão", disse Leite a jornalistas, durante entrevista sobre pesquisa de satisfação dos consumidores com o serviço das distribuidoras, encomendada pela Abradee. O presidente da Abradee disse que a definição sobre as concessões é "urgente" e precisa sair "o quanto antes",mas salientou que a associação ainda não foi oficialmente chamada para tratar do assunto com o governo. Segundo a Abradee, vencem entre 2015 e 2017 as concessões de 37 das 63 empresas que atuam no país, incluindo distribuidoras como Cemig (MG), Copel (PR), CEEE (RS) e as empresas federalizadas controladas pela Eletrobras. No ano passado, o governo renovou, mediante redução de tarifas, as concessões dos setores de geração e transmissão de energia. A definição sobre a situação das distribuidoras estava prevista para fevereiro deste ano,mas até agora não ocorreu. A pesquisa da Abradee mostra que os consumidores brasileiros de energia elétrica continuam satisfeitos com os serviços de distribuição de eletricidade. O levantamento mostra que o índice de satisfação neste ano chegou a 78,7%, ante os 78,2% de 2012. A pesquisa tem margem de erro de 1,3 ponto porcentual, segundo a associação. A pesquisa foi feita junto a 25.375 entrevistados, em 911 municípios atendidos por 46 distribuidoras diferentes, entre fevereiro e abril deste ano. Sobre os cortes de energia, Fonseca Leite explica que são feitas três perguntas: se tem faltado energia na residênciado consumidor; se a energia demora muito para voltar e se há muita variação da energia na volta do fornecimento. Em 2013, as regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram variação positiva no desempenho, dentro da margem de erro, em relação ao ano anterior. O Sul teve aumento de 2,2 pontos percentuais no ano, alcançando 87,6% de satisfação. O Nordeste registrou 78,8% de aprovação (melhor resultado em15 anos) e o Centro-Oeste passou de 66% para 67,7%. Já a região Sudeste apresentou redução de 79,9% em 2012, para 78,8% em 2013, dentro da margem de erro da pesquisa.