AIE prevê mais demanda por petróleo da Opep e adverte para riscos

A Agência Internacional de Energia (AIE) advertiu para a queda nos estoques de petróleo de Líbia e Iraque, dois membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), mas revisou em alta sua previsão para demanda dos países do cartel. Em seu mais recente relatório mensal, divulgado hoje, a agência, que representa alguns dos maiores consumidores de petróleo do mundo, apontou que a demanda por petróleo da Opep deve ficar em 29,8 milhões de barris ao dia neste ano, uma alta de 200 mil barris ao dia em relação à estimativa anterior. A mais nova previsão fica ainda confortavelmente abaixo do nível médio de produção da Opep no primeiro semestre, que foi de 30,6 milhões de barris ao dia. A AIE advertiu, porém, para o fato de que problemas na produção no Iraque e na Líbia podem fazer o grupo reduzir sua produção nos próximos meses. Problemas na produção de Iraque e Líbia já levaram a Opep a gerar 170 mil barris diários a menos em julho, apesar da alta na produção da Arábia Saudita, que chegou à máxima no ano. A crise política e a violência na Líbia levaram a produção do país a cair para 400 mil barris ao dia no início de agosto, em comparação com uma produção já reduzida de 1 milhão de barris ao dia em julho, segundo números da AIE. No Iraque, a produção caiu abaixo dos 3 milhões de barris diários pela primeira vez em cinco meses em julho, após um importante oleoduto sofrer ataques, e em setembro deve recuar para cerca de 500 mil barris ao dia, com trabalhos planejados de infraestrutura em terminais do sul do país. A AIE apontou que a oferta forte dos países de fora da Opep e a redução da demanda nas refinarias nos próximos meses podem mitigar os problemas. A produção dos países de fora da Opep deve crescer fortemente nos próximos seis meses. A agência prevê que a alta substancial na América do Norte ajudaria a produção de fora da Opep a aumentar em 1,4 milhão de barris ao dia na segunda metade do ano, na comparação com o mesmo período de 2012, para chegar a 55,4 milhões de barris ao dia no quarto trimestre deste ano. Também nesta sexta-feira, em relatório, a Opep indicou que a produção de petróleo da organização caiu em julho para seu patamar mais baixo desde março, devido a problemas na Líbia e no Iraque. O cartel advertiu para riscos de mais dificuldades no fornecimento. Segundo fontes citadas pela Opep em seu relatório, a produção do grupo recuou em 100 mil barris ao dia em julho, para 30,3 milhões de barris diários. Houve quedas significativas na produção na Líbia e no Iraque, compensadas apenas parcialmente pelo aumento de 100 mil barris ao dia na produção da Arábia Saudita. A Opep afirma que os distúrbios na Líbia, que fecharam quase todos os terminais de exportação do país, cortaram pelo menos 500 mil barris ao dia do suprimento do mercado mediterrâneo. Os problemas em um importante oleoduto no Iraque, que sofreu ataques, também prejudicaram a produção no mês passado. Há ainda manutenções programadas na infraestrutura iraquiana no futuro próximo, o que deve reduzir a produção do país em mais 500 mil barris ao dia em setembro. “As perdas na oferta são de mais de 700 mil , segundo fontes da indústria, e podem chegar a 1 milhão , ou 1,1% da produção mundial, se o Sudão do Sul cumprir sua ameaça de paralisar a produção”, afirmou a Opep em seu relatório mensal. (Dow Jones Newswires)