Alemã E.ON fica com 36% da MPX

Para analista, operação é boa, mas não muda o sentimento de incerteza que ronda o grupo O Grupo EBXoficializou na semana passada o aumento de participação acionária da alemã E.ON, que atua em vários países no setor de energia e gás, na empresa de energiaMPX. A E.ON, que já tinha 11,7% de participação na MPX, vai adquirir mais 24,5% de ações da companhia do empresário Eike Batista, ao preço mínimo de R$ 10, podendo ser ajustada em mais R$ 1 por ação, conforme a performance dos papéis após seis meses da negociação. Com um percentual de 36% na MPX, a E.ON deverá contribuir para a criação de oportunidades de negócios no mercado brasileiro de energia. A primeira etapa da negociação deverá ser concluída até o final de abril, dependendo da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Para o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora de Valores, a operação é boa para a injeção de dinheiro na empresa. Mas em nada muda o sentimento de incerteza que ronda não só a MPX como as demais empresas do grupo. "Enquanto a empresa não entregar resultados, o investidor fica mesmo com o pé atrás", diz Galdi. O passo seguinte do negócio é um aumento de capital de R$ 1,2 bilhão na MPX, com o compromisso da E.ON de investir R$ 400 milhões. O BTG Pactual será o responsável pela oferta pública de ações, ao preço de R$ 10 por ação. Eduardo Karrer, atual presidente da MPX, permanece no cargo mas a E.ON terá direito de ampliar sua participação no conselho de administração da MPX. Em conferência com analistas, Karrer disse que a gestão da MPX será compartilhadaentre as duas empresas, apesar de o grupo EBX passar a ter agora cerca de 24% do negócio. A MPX tem hoje cinco usinas em operação que, juntas, alcançam 1.082MW de capacidade instalada. A projeção é terminar 2013 com 2.838 MW. O BNDESPar, dono de 10,34% do capital da MPX, informou, em nota, que vai avaliar a possibilidade de participação na oferta pública, assim que tiver acesso aos documentos. (Erica Ribeiro)