Aneel autoriza Jirau a iniciar operação comercial

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou ontem o início da operação comercial de hidrelétrica de Jirau. Leiloada em maio de 2008, a usina, que está em fase de conclusão em Porto Velho (RO), passa oficialmente a faturar pela energia gerada a partir das águas do rio Madeira. A autorização dada ao consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), responsável pela hidrelétrica, atende a operação da primeira turbina de Jirau, de um total de 50 unidades geradoras que, gradativamente, entrarão em operação nos próximos meses. O equipamento estava em teste desde 17 de agosto. A expectativa do consórcio é que, até o fim deste ano, um total de dez turbinas esteja em plena atividade. Cada unidade tem 75 megawatts (MW) de potência. Ao todo, a potência da hidrelétrica soma 3.750 MW, energia suficiente para abastecer cerca de dez milhões de residências. O primeiro equipamento ligado em Jirau foi fornecido pela chinesa Dong Fang Electric Corporation, companhia que vendeu um total de 22 máquinas para o consórcio. Outras 28 unidades de geração têm fabricação nacional, montadas pelo consórcio das empresas Alstom, Voith e Andritz. A energia gerada pela primeira máquina será toda direcionada ao sistema de transmissão que atende os Estados do Acre e Rondônia, uma vez que o Linhão do Madeira, que levará a sua energia até o Sudeste, ainda não foi testado. Quando essa operação for realizada, três linhas de transmissão de 550 kV interligarão Jirau até a subestação coletora de Porto Velho e, a partir de lá, a energia será escoada por duas linhas de transmissão de corrente contínua, chegando até o município de Araraquara, em São Paulo. A expectativa é que a liberação efetiva do linhão ocorra entre outubro e novembro. "Estamos felizes com o feito. Apesar de alguns episódios que atrasaram as obras, conseguimos colocar a turbina em operação em tempo recorde", diz Victor Paranhos, presidente do ESBR. Atualmente, há cerca de 3 mil profissionais em operação em Jirau, praticamente todos eles dedicados à montagem e teste de equipamentos. A etapa de construção civil da usina, que chegou a contar com cerca de 20 mil profissionais, já está praticamente concluída. Ao todo, as obras da hidrelétrica já alcançaram 93% de sua execução total. O consórcio responsável pela construção e operação da hidrelétrica tem como sócios a GDF SUEZ (60%), a Eletrosul (20%) e a Chesf (20%). (André Borges)