ANP inicia hoje leilão de 289 áreas de exploração de petróleo e gás

Começa hoje a vai até amanhã o primeiro leilão de blocos para exploração de petróleo e gás, depois de cinco anos e meio sem oferta de lotes em águas profundas. Na última rodada, realizada em 2008, só foram oferecidas áreas em terra. Ao todo, serão licitados 289 blocos, espalhados em 11 bacias sedimentares e que somam área de 115,8 mil quilômetros quadrados. Serão oferecidos 166 blocos no mar (94 em águas rasas e 72 em águas profundas) e 123 em terra, o que deve chamar a atenção de empresas menores. As 30 empresas inscritas na agência como operadoras “A” (que podem disputar, como líderes de consórcios, blocos em águas profundas e ultraprofundas) se habilitaram para o leilão. Se todos os blocos forem vendidos pelo preço mínimo, a arrecadação será de R$ 627 milhões, sem contar os R$ 3 bilhões de investimentos estimados para o cumprimento do programa exploratório mínimo exigido por contrato. Todas as companhias nacionais com ações em bolsa — Petrobras, OGX, HRT e QGEP — estão inscritas. A OGX, de Eike Batista, informou que vai participar em parceria com outra companhia. No mercado, especula-se que ela pode se unir com a Petronas, da Malásia, que está habilitada e é sua nova sócia no campo Tubarão Martelo, na Bacia de Campos. Já a Petrobras, sempre protagonista nos leilões realizados no país — arrematou sozinha 50% das áreas oferecidas na última licitação —, deve ter uma atuação mais discreta. A presidente da companhia, Graça Foster, já disse que a estatal traçava “cenários mais realistas” para a 11ª Rodada e desde então a companhia vem indicando que deve entrar com parcerias. A HRT está vivendo um momento turbulento, com mudanças na governança que levaram à renúncia do fundador, o geoquímico Marcio Mello. Muito do futuro da empresa depende agora do resultado da perfuração de um poço na Namíbia, onde o programa exploratório deve comprometer US$ 400 milhões. No Solimões (AM), a empresa descobriu gás, mas não tem ainda um plano de escoamento que permita monetizar o insumo. Em março, o diretor-presidente da QGEP, Lincoln Guardado, afirmou que a empresa tem interesse em participar da disputa. “Estamos com apetite”, disse o executivo, que ressaltou que a forma de participação vai depender de estudos sobre seu portfólio. (Cláudia Schüffner, Marta Nogueira, Rodrigo Polito e Rafael Rosas)