BNDES e Mandiq aportam R$ 300 milhões na ERB

A Energias Renováveis do Brasil (ERB) concluiu recentemente a captação de R$ 300 milhões. Com os novos recursos, a companhia prevê tirar do papel quatro projetos de cogeração de energia até o início de 2014 e outros três empreendimentos até 2015. O dinheiro foi aportado pela BNDESPar, empresa de participações do banco estatal de fomento, e o Fundo Caixa Ambiental, da Mantiq Investimentos. A gestora de fundos de private equity é controlada pelo banco Santander e está entre as maiores do país com foco em infraestrutura. Os dois investidores entraram no capital da ERB, que emitiu ações para abrigar seus dois novos sócios. Com a operação, a BNDESPar e o Fundo Caixa Ambiental vão dividir o controle da novata de energia com seus dois outros acionistas: o FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e da Rioforte Investments, controlada pelo Banco Espírito Santo. O primeiro projeto da companhia foi encomendado pela Dow e deve entrar em operação em breve. Neste caso, a térmica construída pela ERB vai gerar vapor e energia a partir da queima de cavaco de madeira para a fábrica da multinacional americana na Bahia. Ao aumentar o capital em R$ 300 milhões, a empresa poderá emitir mais dívidas e levantar os recursos necessários para financiar seus outros projetos. Os oito empreendimentos que a companhia possui em carteira vão demandar investimentos entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhões, afirmam os dois principais executivos da companhia, Emilio Rietmann e Paulo de Tarso Vasconcellos Neto. Nos projetos de infraestrutura, os empreendedores buscam financiar a maior parte dos investimentos. Normalmente, apenas 30% do valor investido é bancado com capital próprio. Os 70% restantes são levantados com a emissão de dívidas. Segundo Rietmann, a ERB prevê manter uma proporção de 25% (equity) e 75% (dívida). A ERB se especializou na implementação de projetos integrados de cogeração de energia para grandes indústrias. Os empreendimentos contemplam desde o fornecimento da biomassa, como o cavaco de madeira, à construção das usinas térmicas para abastecer as unidades fabris. Os clientes da ERB são indústrias químicas e de celulose, segundo os executivos, que não revelam os nomes das empresas com quais estão negociando. Os projetos estão em fases diferentes de maturação, afirma Rietmann. A companhia já assinou dois contratos e prevê fechar outros três acordos até o fim do ano. No projeto feito para a Dow, em Candeias, na região metropolitana de Salvador (BA), foram investidos R$ 260 milhões. A usina vai produzir tanto vapor, que é utilizado no processo de produção de produtos químicos, quanto energia elétrica. Essa mesma usina foi inscrita no próximo leilão de energia nova, que será realizado pelo governo. Os executivos da ERB estão otimista com os preços alcançados no último leilão de energia térmica, de R$ 136 por MWh. "O preço foi muito melhor que nos leilões anteriores e é um sinal promissor. O que todo mundo quer saber é se eles vão se manter ou se foram um ponto da curva", diz Rietmann. (Cláudia Facchini)