BNDES: procura por financiamento para energia solar tem sido grande

De acordo com gerente de fontes alternativas do banco, melhor produto ainda está sendo estudado pelo mercado. A procura por financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para projetos solares tem sido muito grande. Fabricantes, fornecedores, além dos empreendedores procuram saber que produtos o banco oferece para a fonte. De acordo com Ana Raquel Paiva, gerente do departamento de energias alternativas do banco, as condições para financiamento hoje está mais atrativa. "Temos produtos como o Fundo Clima, mas outros movimentos precisam ser feitos", comenta. Ainda segundo ela, o mercado está estudando a melhor forma e talvez no curto prazo possa existir outro produto mais específico. A executiva participou de fórum realizado no Rio de Janeiro nesta segunda-feira, 23 de setembro. Ana Raquel explicou que o BNDES deve exigir algum tipo de certificação da potência solar dos projetos, mas isso ainda está em elaboração, já que primeiro os projetos devem chegar ao banco. "Devemos solicitar a certificação da radiação, mas precisamos amadurecer isso um pouco. No entanto, já estamos pensando em um modelo", aponta. Ana Raquel lembrou que empresas também tem procurado o banco apresentando uma alternativa para financiamento de microgeração solar, em que elas comprariam as placas e as repassariam para os consumidores sob forma de aluguel ou similar, o que poderia fomentar a geração distribuída. O financiamento direto ao consumidor seria inviável para o banco devido à estrutura de alcance da instituição. A mudança dos prazos de amortização dos financiamentos feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em empreendimentos de Pequenas Centrais Hidrelétricas e usinas térmicas, aumentado para 20 anos, ainda não deve alcançar usinas eólicas. O prazo para elas é de 16 anos. Para Ana Raquel, o prazo foi aumentado para que esses empreendimentos ficassem mais competitivos, o que já não é necessário para as eólicas, que tem dominado os certames. "Por enquanto não há a sinalização, mas o prazo é dinâmico, não estamos fechando a porta", aponta. Élbia Melo, presidente-executiva da Abeeólica, não vê problema na fonte eólica não ter seu prazo de amortização aumentado, já que a fonte não tem perdido a competitividade, o que vinha acontecendo com as outras. "Não vi nenhuma manifestação dos nossos empreendedores, não é um ponto crucial", relata. (Pedro Aurélio Teixeira)