Comgás busca expansão em GNV

A Comgás, maior companhia de gás canalizado do país, controlada pelo grupo Cosan, pretende crescer no mercado de Gás Natural Veicular (GNV). Segundo Luís Henrique Guimarães, presidente da empresa, a economia, em média, com o uso de GNV é de 50% por quilômetro rodado, se comparado ao etanol e à gasolina, levando-se me conta um motorista que roda cerca de 2 mil quilômetros/mês. O kit de conversão para GNV custa em torno de R$ 4 mil a R$ 5 mil, dependendo do veículo, estimou o executivo. O pico de conversão de carros para GNV foi em 2006, quando foi registrado cerca de 62 mil conversões na área de concessão da Comgás. Hoje esse volume caiu para algo em torno em torno de 5 mil ao ano, mas tem potencial para triplicar no curto prazo. Dona de uma área de concessão em 177 municípios de São Paulo, incluindo a região metropolitana da cidade, possui 1,26 milhão de consumidores ligados à sua rede, de acordo com dados encerrados até 30 de junho. A companhia pretende ultrapassar a marca de 1,3 milhão de casas este ano. O potencial a ser explorado pela companhia compreende cerca de 8 milhões de residências. Ontem, durante apresentação de divulgação de resultados, Roberto Lage, diretor de Finanças e Relações com Investidores da companhia, informou que a depreciação do real sobre o dólar faz com que a companhia "recupere menos conta corrente". O recurso de conta corrente é a diferença entre o custo real (o que é cobrado pela Petrobras na entrega de gás) e o que a companhia recebe efetivamente do consumidor. Na visão da empresa, existe uma desvantagem porque o reajuste concedido em maio, de 6,34%, não tem sido suficiente para repassar os custos ao consumidor. No segundo trimestre, o valor da conta corrente ficou em R$ 364 milhões. Cerca de 60% do gás comprado pela Comgás vem da Bolívia, indexado em dólar. A empresa deve encerrar, no terceiro trimestre, as negociações de contrato para fornecimento da matéria-prima com a Petrobras. A empresa não descarta buscar recursos no mercado de capitais para financiar os investimentos ("capex") de expansão em 2013, informou Lopes. Em 2012, a empresa considerou fazer uma emissão de debêntures, mas recuou. A Comgás conseguiu financiamento de US$ 50 milhões do Bank Of America Merrill Lynch, com isenção de IOF e prazo de dois anos, que servirão para alongar dívidas de curto para longo prazo. Hoje, 68% das dívidas do grupo são de longo prazo e 32% de curto prazo. (Mônica Scaramuzzo)