Consumo de energia elétrica sobe 2,7% no país

O consumo de energia elétrica no país alcançou 37,8 mil GWh em fevereiro, 2,7% a mais que o apurado em igual mês do ano 2012. O resultado foi puxado principalmente pelo aumento de 7,9% do consumo residencial, totalizando 10,4 mil GWh. O consumo do setor comercial cresceu 5,9%, para 7 mil GWh, segundo a resenha mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com a estatal de pesquisa, os sinais de recuperação do consumo industrial de energia no Brasil, que totalizou 14,7 mil gigawatts-hora (GWh), "ainda não são homogêneos". Segundo a EPE, a queda de 2,4% do consumo industrial em fevereiro, frente a igual mês do ano passado, foi explicada principalmente por 2012 ser ano bissexto. Segundo a EPE, considerando o consumo industrial médio diário de fevereiro de 2012, de 519 GWh, o consumo no mesmo mês deste ano avançou 1,1%, totalizando 525 GWh. "Um dia útil a mais significou 3,5 pontos percentuais na variação do consumo industrial de eletricidade", informou. A EPE também indicou uma alta de 1,4% do consumo industrial de energia em comparação com janeiro, retirando-se o efeito da sazonalidade. De acordo com a EPE, os principais responsáveis pelo desempenho fraco do consumo industrial foram os setores de alumínio e siderurgia (incluindo ferroligas). Se forem retirados os dois segmentos da comparação entre fevereiro de 2013 e o mesmo mês do ano passado (considerando o ano bissexto), a queda do consumo industrial seria de apenas 1%. A queda nos setores de alumínio e siderúrgico refletiram-se no consumo industrial no Maranhão (-14,6%), Pará (-12,9%) e Minas Gerais (-9%). Em São Paulo, onde há indústrias dos dois setores, mas a diversificação industrial é maior, o consumo do segmento cresceu 1,1%. Sobre o setor de ferroligas, a EPE chamou a atenção para a forte relação entre o custo de produção e o preço da energia. Nas situações em que o preço à vista da energia está elevado, grandes consumidores do setor preferem vender no mercado livre parte da energia que haviam contratado previamente, ao invés de utilizá-la em seu processo de produção. "Assim como já ocorreu no ano passado em conjunturas semelhantes, o preço elevado da energia no mercado de curto prazo enseja comercialização de parcela do contrato de energia desses consumidores ainda que isso possa significar redução da produção", explicou a EPE. A estatal destacou a queda de 21,2% no consumo industrial de energia no Amazonas em fevereiro, ante o mesmo período de 2012. A queda foi puxada principalmente pelos setores de aparelhos eletrônicos e motocicletas. (Rodrigo Polito e Alessandra Saraiva)