Copel desiste de comprar ativos do Grupo Rede

A Copel comunicou ontem à noite ao mercado que desistiu de apresentar uma oferta para aquisição dos ativos do Grupo Rede. A estatal paranaense havia se aliado à Energisa, de Minas Gerais. Com sua saída da disputa, a proposta da CPFL - Equatorial ganha força e sua aprovação torna-se mais provável. Os credores do Rede realizam uma assembleia no dia 03 de julho, quando vão decidir se aceitam o plano de recuperação apresentado pelas companhias. A Copel justificou que sua desistência deve-se aos "prazos exíguos estabelecidos para encaminhamento de proposta definitiva e a disciplina financeira prevista na política de investimentos" da companhia. A Copel e Energisa conseguiram, em cima da hora, o direito de apresentar um plano de aquisição conjunto aos credores do Rede, que realizaram uma primeira assembleia no dia 05 de junho. As empresas pediram um prazo de 60 dias para elaboração de um plano mais detalhado, mas que não foi aceito. A Equatorial e CPFL já possuem um compromisso de compra do Rede, que foi assinado pelo controlador do grupo, Jorge Queiroz, em dezembro. O plano de recuperação proposto pelas duas empresas, contudo, ainda precisa ser aprovado pelos credores, que se mostraram insatisfeitos com as condições feitas pela duas empresas. Elas oferecem aos credores um desconto em torno de 85% nas dívidas das holdings do grupo. Na assembleia realizada na semana passada, uma parte dos credores, sobretudo estrangeiros, apoiou a proposta da Energisa-Copel, movimento que foi interpretado como uma manobra para forçar a CPFL-Equatorial a melhorar sua proposta. As oito distribuidoras do grupo estão sob intervenção da Aneel desde o fim de agosto de 2012. (Cláudia Facchini e Natalia Viri)