CTSUL tira térmica a carvão de leilão por causa de tarifa baixa

Habilitada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o leilão de energia A-5 (para entrega a partir de janeiro de 2018) no próximo dia 29, com o projeto de uma termelétrica a carvão de 650 megawatts (MW) de potência, a gaúcha CTSUL desistiu da disputa. O presidente da empresa, Douglas Carstens, disse que o preço máximo de R$ 140 por megawatt hora (MWh) não é suficiente para tocar o empreendimento. "Com este teto não há condições de ir em frente", afirmou o empresário, para quem o limite deveria ser elevado para algo entre R$ 170 e R$ 190 o MWh. De acordo com ele, se as condições melhorarem a empresa pode participar do leilão programado para dezembro. Das 36 usinas habilitadas para a disputa deste mês pela EPE, que totalizam 3.535 MW de capacidade instalada, três são termelétricas a carvão, com 1.840 MW. Além do projeto da CTSUL, estão as térmicas planejadas pela MPX em Candiota (RS) e no porto de Açu, no município de São João da Barra (RJ). Procurada pelo Valor, a MPX disse que não iria comentar. O limite fixado pela EPE para este mês corresponde ao valor contratado pela própria MPX no último leilão de energia térmica a carvão realizado no país, em setembro de 2008. Na época, a empresa participou com o projeto da usina Porto do Pecém II, no Ceará, para o fornecimento de 276 MW médios gerados a partir de matéria-prima importada. Segundo Carstens, a usina projetada pela CTSUL em Cachoeira do Sul (RS) requer aportes de US$ 1,8 bilhão e a empresa já negocia o ingresso de potenciais "sócios de peso" para tocar o empreendimento e também com fornecedores de equipamentos. Entre os possíveis parceiros para executar o projeto a obra ele inclui grandes construtoras e fundos de pensão. Atualmente a CTSUL é controlada pelos filhos do empresário (Rodrigo e Paes de Barros Carstens), pela Cooperativa de Eletrificação Centro Jacuí (Celetro), do Rio Grande do Sul, e pela Empresa Brasileira de Mineração (EBM), de Criciúma (SC). (Sérgio Ruck Bueno)