Dilma vê interesses econômicos e estratégicos em eventual espionagem contra Petrobras

Governo vai manter leilão do pré-sal, mesmo com novas denúncias contra ação dos EUA no Brasil. A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota à imprensa que se comprovadas as informações sobre tentativa de espionagem de dados da Petrobras pelo governo americano, ficará evidenciado que essas ações foram movidas por interesses econômicos e estratégicos, e não por segurança ou combate ao terrorismo. Apesar da preocupação do governo com as novas denúncias sobre a atuação da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos contra a estatal, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, garantiu nesta segunda-feira, 9 de setembro, que o leilão de exploração do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal, será mantido. O certame á organizado pela Agência Nacional do Petróleo e está previsto para o dia 21 de outubro. "Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro", afirmou Dilma, o garantir que o governo vai tomar "todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas” contra esse tipo de atividade. As denúncias de que a NSA monitorava a rede interna de computadores da Petrobras estão entre os documentos vazados pelo ex-prestador de serviços da agência Edward Snowden e divulgadas no domingo, 8, pelo programa Fantástico. Ao participar de cerimônia de sanção da lei que destina 75% dos royalties do pré-sal para a educação e 25% para a saúde, Dilma preferiu não comentar o assunto. Mais tarde, em nota oficial, disse que o governo brasileiro "está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas" e que "tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas." A Petrobras também divulgou nota nesta segunda-feira em que garante adotar de forma consistente todos os procedimentos para proteção da rede interna e o monitoramentro do fluxo de dados que circulam pela internet. Segundo a estatal, 90% das mensagens eletrônicas que chegam à empresa são filtradas e descartadas pelo sistema, para evitar ameaças. Já as informações internas "são classificadas e tratadas com soluções tecnológicas, como criptografia, adequadas aos níveis de proteção associados ao risco de prejuízos para a Petrobras, em caso de eventual vazamento de informação." (Sueli Montenegro)