Economia com GLP em edificações pode chegar a 50%

O potencial de economia de energia em edificações é expressivo e pode chegar a 30% em áreas já construídas - que passem por um processo de reforma (retrofit) - e até 50% em novas construções, se projetadas com tecnologias eficientes. O consumo de energia elétrica em edificações corresponde a 45% do consumo faturado no país. Esses dados fazem parte de estudo encomendando pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) ao Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP). "Com base nesse estudo de eficiência energética , pretendemos criar um mercado", afirmou Sérgio Bandeira de Mello, presidente do Sindigás. "O material será distribuído para construtoras, arquitetos e universidades. Pretendemos trabalhar em conjunto com as construtoras." O estudo mostra que é mais econômico aquecer o mesmo volume de água a uma mesma temperatura com GLP do que com energia elétrica. Os cálculos foram feitos com base em valores de julho de 2012. Em todos os Estados brasileiros, com exceção do Amapá, o GLP é opção mais vantajosa. Ainda de acordo como estudo da USP, a utilização do GLP permite uma redução da curva de carga diária de consumo de eletricidade, aliviando a demanda do sistema em horários de pico. Nas residências, por exemplo, a troca 5% dos chuveiros elétricos por aquecedores a gás traria uma economia equivalente a 40% da energia gerada por Itaipu, a maior hidrelétrica do continente. Uma pesquisa de mercado, realizada em 2011 por uma construtora do setor residencial, demonstrou que 62% dos seus clientes, que conheciam a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), do Inmetro, estavam dispostos a pagar mais pelo imóvel, o que aponta uma oportunidade de mercado. Desde o lançamento do programa de certificação de edificações, em 2012, foram emitidas mais de 2 mil etiquetas para empreendimentos residenciais e comerciais lançados entre 2010 e este ano. Já foram emitidas etiquetas para 48 projetos de prédios comerciais, 10 prédios comerciais construídos, 21 projetos de prédios residenciais, 2025 projetos de apartamentos e oito projetos de casas (duas delas construídas). "Com o trabalho junto às construtoras, queremos trazer materialidade à tese", disse Mello. O uso do GLP como alternativa à energia elétrica é um trabalho que as indústrias pretendem intensificar, mas sabem que o caminho a percorrer é difícil. Bandeira de Mello disse que a economia para o gás canalizado não difere da gerada pelo GLP e que os dois segmentos não rivalizam, se complementam. Mello lembra, contudo, que a expansão do gás canalizado enfrenta maiores limitações, uma vez que os investimentos são maiores, ao contrário da presença do GLP em todo território nacional. No ano passado, o consumo de GLP no país ficou em 7,135 milhão de toneladas, de acordo com levantamento do Sindigás. A meta das indústrias, com esse potencial mercado, é crescer cerca de 700 mil toneladas ao ano. (Mônica Scaramuzzo)