Eletrobras nega intenção de vender distribuidoras
Empresa estuda opções para racionalizar custos e aproveitar sinergias entre subsidiárias
A Eletrobras negou, em e-mail enviado à Reuters, que considere a divisão da companhia e criação de holdings para cada uma de suas áreas de atuação. A estatal federal rebateu informações publicadas de que a Eletrobras poderia ser dividida em três, sendo uma parte só com distribuidoras.
A Eletrobras admitiu que recebeu do governo a incumbência de estudar opções para racionalizar os custos e aproveitar sinergias entre as subsidiárias compatível com o novo cenário regulatório.
"No entanto, em momento nenhum, foi cogitada a possibilidade de criação de novas holdings para as atividades de geração, transmissão e distribuição", afirmou a companhia.
Com a perspectiva de receitas menores pela renovação de suas concessões, subsidiárias da empresa começaram a adotar uma série de programas com o objetivo de reduzir as despesas, antes de o comando da holding aprovar um novo plano de negócios do grupo.
Os cortes vão da redução de horas extras ao cancelamento de patrocínios esportivos e institucionais, e são cruciais para a empresa encarar a queda de receita de R$ 8,7 bilhões por ano com a renovação antecipada e onerosa de concessões elétricas que venceriam entre 2015 e 2017, definida com a publicação da Medida Provisória 579.
Aval da Aneel
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou a Eletrobras a suspender a cobrança de encargos do Grupo Rede até o fim da intervenção federal nas distribuidoras do grupo, mas negou o pedido de parcelamento da dívida.
A decisão diz respeito a débitos em encargos setoriais recolhidos pela Eletrobras, como a Conta Consumo de Combustíveis (CCC), Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), Reserva Global de Reversão (RGR), além do programa de incentivo a fontes alternativas (Proinfa).
A Aneel decidiu, porém, que a suspensão da cobrança dos encargos durante o processo de intervenção não vale, contudo, para dívidas que já estão em execução.
(Leonardo Goy)