Empresas aguardam maior oferta de gás para poder se expandir em SC

Sessenta companhias que atuam em Santa Catarina, entre elas Alcoa, Bunge e GM, estão na fila do gás natural. Elas pediram à SCGás (empresa de distribuição de gás canalizado no Estado) uma maior oferta do produto. A expansão de algumas dessas companhias depende disso. A SCGás, porém, não pode oferecer o produto por seu contrato com a Petrobras prever apenas 2 milhões de metros cúbicos do combustível por dia. Em julho, a média de venda diária da empresa do Estado ficou em 1,9 milhão. "Fizemos um pedido de aumento do volume de gás , mas foi negado", diz o presidente da SCGás, Cósme Polêse. A escassez do combustível foi um dos motivos que levou a Oxford Porcelanas a estudar a construção de uma fábrica no Nordeste, segundo o diretor-superintendente da empresa, Irineu Weihermann. "Em Santa Catarina, temos uma oferta de gás muito restrita. Por isso, crescer no Estado é arriscado", diz. A BMW, que irá instalar uma planta em Araquari (a 170 km de Florianópolis), só receberá 80 mil m3 diariamente porque, quando realizou o pedido, uma companhia de porcelana havia trocado o gás pelo carvão. Se a montadora fizesse a demanda agora, não haveria oferta para atendê-la. Os outros Estados da região Sul preveem enfrentar situação semelhante no futuro próximo. "O descasamento entre oferta e demanda está perto de ocorrer", afirma Roberto Tejadas, presidente da SulGás (distribuidora do Rio Grande do Sul). Outro problema da região é que o gasoduto que abastece os Estados tem capacidade para 12 milhões de metros cúbicos. A demanda deve chegar a 30 milhões em 2019. "Se não tivermos capacidade para esse volume, o Paraná perderá milhares de empregos", diz Luciano Pizzatto, presidente da Compagas (distribuidora do Paraná). Representantes dos três Estados e de Mato Grosso do Sul se reuniram ontem e elaboraram um documento que será enviado à Petrobrás e ao Ministério de Minas e Energia pedindo soluções. Eles apontam um novo tramo para o gasoduto ou um terminal portuário pare receber gás importado como possíveis saídas. (Maria Cristina Frias)