EPE: Leilão A-5 terá quatro hidrelétricas

Piquiri e Ercilândia não conseguiriam licenciamento a tempo. Projetos a gás poderão ter mecanismo que auxilia viabilização de projetos. O próximo leilão A-5, que será realizado em 13 de dezembro, vai contar com quatro usinas hidrelétricas, duas a menos que a previsão inicial. O anúncio foi feito por Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, que esteve presente no Energy Summit, realizado nesta quinta-feira, 12 de setembro, no Rio de Janeiro (RJ). De acordo com ele, as usinas de Piquiri e Ercilândia, no Paraná, ficarão de fora porque o prazo para se obter a licença não seria viável. Segundo ele, as outras usinas a princípio continuam no certame. A usina de São Manoel (MT- 700 MW), a mais importante a ser leiloada, está fazendo audiências com os índios na cidade de Alta Floresta (MT) e ainda vai ocorrer uma consulta pública na cidade. Já a de Itaocara (RJ-145 MW), que foi devolvida pela Light, já possui a licença. Segundo Tolmasquim, as usinas de Cachoeira e Ribeiro Gonçalves só necessitam renovar a licença, o que não deve ser um impeditivo para a sua participação. "São cerca de 1.000 MW", observa. Ele conta que está tranquilo quanto ao licenciamento das usinas, porque a EPE está acompanhado todo o processo, o que dá mais segurança aos projetos. O leilão da UHE Três Irmãos ainda depende de um acerto de cronograma com a Agência Nacional de Energia Elétrica, mas o presidente da EPE trabalha com o mês de março do ano que vem para que ela seja vendida. "Tem que montar dados e organizar dataroom, além da questão das eclusas". O executivo anunciou que no certame A-5 está em estudo pela Petrobras permitir que empreendedores de usinas a gás importem o insumo e usem o seu terminal de regaseificação da Bahia, negociando contratos de combustível com empresas de fora do país. Sem garantir que a medida será adotada, já que ela depende de negociações entre os envolvidos e autorizações, ele a oferece como mais uma possiblidade de viabilização de projetos. "Hoje o gás não é fácil, mas essa é uma hipótese a mais", comenta. No último leilão, A-5, duas usinas a gás tentaram ser comercializadas, mas esbarraram em problemas com a oferta do insumo. Quanto à inserção da fonte solar no leilão A-5, ele acredita que a fonte agora tem mais chances de ter projetos contratados, mas ele alerta que ela sofrerá a forte concorrência das usinas eólicas, que tem dominados os certames. "Alguns investidores eólicos estão colocando solar e aí o preço pode ser muito competitivo, porque eles já tem a rede feita, a infraestrutura e a equipe montada", aponta. Segundo ele, o grande número de projetos cadastrados no A-3 surpreendeu, lembrando que a fonte passa pelo mesmo processo de maturação que a eólica passou. Ele ainda acredita que projetos a carvão poderão ser contratados, mas ressaltou que eles não podem vir a qualquer preço. (Pedro Aurélio Teixeira)