Gas Natural Fenosa avalia concessão em Manaus e geração

A Gas Natural Fenosa avalia fazer expansão no Brasil no segmento de gás canalizado e analisa novos negócios na área de energia. A companhia, que atua em de áreas de concessão no Rio de Janeiro e São Paulo, estuda comprar o controle da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), afirmou ao Valor Bruno Armbrust, presidente do grupo no Brasil. "Vamos olhar o modelo de concessão ", afirmou o executivo. Neste momento, a companhia também está de olhando oportunidades em geração - térmicas a gás, eólicas e energia solar. O grupo espanhol, controlador da CEG (Companhia Distribuidora de Gás do Rio Janeiro), aposta na universalização do gás natural como forma de levá-lo não só para indústrias e grande comércio, mas também para residências. "Esse é um nicho que ainda representa um grande mercado potencial no país e em nossa área de concessão", disse Armbrust. Nos últimos 15 anos, a companhia investiu R$ 4,8 bilhões no país, em projetos que envolveram 68 municípios das áreas de concessão do grupo, com ampliação da rede de distribuição de 2 mil quilômetros para 6,6 mil quilômetros. "Ainda há muito por fazer. O gás natural só está presente em 25% do mercado residencial do Rio de Janeiro. Rio e São Paulo, áreas em que a Gas Natural Fenosa opera, têm uma taxa de uso de gás mais representativa. No conjunto do país, a taxa de penetração é de pouco mais de 3%", disse. A empresa tem 870 mil clientes até o fim de 2012 e atua em todo o Estado do Rio, por meio da Ceg e Ceg Rio, e no Sul do Estado de São Paulo. De olho em potenciais mercados para expansão, o grupo também avalia segmentos ainda pouco desenvolvidos em comparação com outros países, como climatização, cogeração e GNV (Gás Natural Veicular) para veículos pesados (caminhões), que poderão trazer uma melhor perspectiva nos próximos anos a partir da introdução de mais estímulos, por conta de uma maior eficiência energética e para um crescimento sustentável. No caso do serviço de distribuição de gás, Armbrust acredita que a perspectiva de aumento da oferta exigirá avanços no marco regulatório e no desenvolvimento de um plano energético nacional de longo prazo, que contribua para o desenvolvimento de infraestrutura capaz de absorver esse aumento de oferta. "Hoje, 26 distribuidoras operam no país, das quais quatro são conduzidas por operadores privados, como é o nosso caso. Essas distribuidoras, localizadas no Rio e São Paulo, têm metas de crescimento mais ousadas e buscam uma maior eficiência prevista pelo marco regulatório". Com faturamento no Brasil em R$ 5,4 bilhões (€25 bilhões globalmente), a empresa também tem planos de crescimento na América Latina. O grupo prospecta um projeto "greenfield" (construção do zero) no Peru. A companhia está presente em 25 países. "Mantemos uma grande confiança no potencial de crescimento sustentável que o Brasil deve experimentar nos próximos anos. Nossos acionistas estão convencidos de que ainda existem grandes oportunidades de negócios orgânicos e inorgânicos no país. O país representa 7% do resultado global da Gas Natural Fenosa e queremos ampliar essa participação", afirmou Armbrust. "A distribuição de gás canalizado é nosso 'core business' no Brasil, mas estamos buscando oportunidades em outras áreas, como geração", afirmou. Segundo Armbrust, há uma equipe montada avaliando como entrar em novos setores. "Nosso grupo é um líder energético em gás e energia e o 3º maior trader mundial de GNL . Acreditamos que nosso grupo representa uma grande oportunidade para o país e o país representa uma grande oportunidade para a nossa companhia". (Mônica Scaramuzzo)