Geração de energia pode ser forma de monetizar shale gas

Representante da ANP diz que ter a usina na boca do poço pode ser saída para geração sem alto custo para a construção de gasodutos. A ideia do Ministério de Minas e Energia de colocar novas usinas na boca do poço, conforme classificou o secretário de planejamento energético, Altino Ventura Filho, pode ser uma das possibilidades para monetizar o gás não convencional, ou shale gas, que será colocado em leilão no mês de outubro. De acordo com Hugo Affonso, superintendente adjunto de segurança operacional e meio ambiente da ANP, a produção dessa nova modalidade de gás natural deverá demorar cerca de 10 anos para se tornar comercial, mas o país precisa de infraestrutura para melhorar o uso do recurso energético. "Já temos boas experiências na Bacia do Parnaíba que indicam que há uma redução de custo e de risco de usinas termicas a gás", afirmou ele. "Essa experiência, eu diria parece se mostrar positiva", acrescentou Affonso após a sua apresentação em seminário sobre o gás não convencional na sede da Fecomércio, em São Paulo, nesta sexta-feira, 17 de maio. De acordo com o representante da ANP, o potencial brasileiro de shale gas é estimado em 6,4 trilhões de metros cúbicos, o que colocaria o Brasil entre o nono e o décimo lugar em tamanho de reservas mundiais. O leilão de outubro será o primeiro a leiloar blocos para a exploração desse recurso, que nos Estados Unidos fez o preço do insumo desabar em apenas seis anos. Segundo ele, esses blocos serão leiloados no modo de concessão já que o contrato existente atende as exigências. A perspectiva da agência reguladora do setor de óleo e gás é de que a disputa de outubro apresente um equilíbrio de concessão entre o gás convencional e o não convencional. Ele toma como base a consulta feita por investidortes interessados à agência até o momento. (Maurício Godoi)