Geradoras vão pedir ajuda de 'apenas' R$ 600 milhões

Apesar de o rombo nas contas das geradoras de energia em janeiro ter sido de cerca de R$ 4 bilhões, as empresas vão pedir ao governo uma ajuda de "apenas" R$ 600 milhões. Isso porque os R$ 3,4 bilhões restantes dessa contabilidade se referem a receitas frustradas e não exatamente desembolsos que as companhias terão de fazer. As empresas de geração se preparam para tentar convencer os Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia a liberarem uma ajuda do Tesouro para fazer frente às perdas registradas no início do ano por causa da diferença entre a energia necessária para honrar os contratos com as distribuidoras e a quantidade efetivamente gerada. A diferença entre a energia solicitada pelas geradoras no sistema e o montante gerado pelas usinas foi de 26% em janeiro, muito maior que a média para o período, mesmo considerando a falta de chuvas normal durante o verão. Essa falta de energia obrigou as empresas a comprarem eletricidade no mercado à vista a preços muito elevados, gerando o rombo de R$ 4 bilhões. "Mas a maior parte desse prejuízo na verdade foi uma quebra de expectativa de receitas", explicou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), Luiz Fernando Vianna. Por isso, o setor só pedirá ajuda ao Tesouro para cobrir o prejuízo efetivamente realizado, ainda que o valor restante também tenha impacto na contabilidade das companhias, uma vez que essas receitas não realizadas já estavam computadas como previsão em seus orçamentos para este ano. (Eduardo Rodrigues)