Governo tem novo plano para leilões

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estuda a possibilidade de realizar leilão de energia em que, numa primeira fase, as termelétricas a gás natural disputam a garantia de fornecimento do combustível para depois tentar vender energia na competição com outros projetos, disse o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, José Carlos de Miranda Farias, na sexta-feira. "Essa é uma proposta que foi levada à EPE e estamos analisando", disse Farias, após participar do evento Brazil Energy Frontiers, realizado pelo Acende Brasil. Segundo ele, a proposta foi apresentada por diversos agentes do setor, como a Petrobras e a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine), entre outros. Atualmente, os projetos térmicos a gás interessados em vender energia em leilões do mercado regulado têm que conseguir comprovação do fornecimento do combustível para se habilitar à participação nos leilões. Isso tem dificultado o cadastro de muitos projetos já que a Petrobras, principal fornecedora do combustível no País, não consegue comprovar fornecimento de gás para todos interessados em participar dos leilões. O diretor da EPE explicou que, de acordo com a proposta analisada, as térmicas interessadas em participar do leilão não teriam que apresentar um contrato de gás natural para se habilitar à disputa. Ao contrário, numa primeira fase do leilão de energia, todas as interessadas disputam a disponibilidade do gás, mapeado com as fornecedoras em cada região, para depois tentar vender a energia. "Foi similar ao que fizemos para o escoamento das eólicas. Fizemos a disputa para o uso da capacidade de transmissão antes", disse o executivo ao se referir ao último leilão com participação de eólicas. Estágio Farias disse que a avaliação da proposta ainda está em estágio embrionário, mas que ela é possível de ser concretizada. "Quando se tornará fato concreto, é um assunto que ainda temos que discutir com o Ministério de Minas e Energia. Para este ano não, seria algo para 2015 e 2016, a depender da oferta de gás", disse. Os empreendedores que são autoprodutores do gás natural, geralmente, têm conseguido viabilizar mais projetos térmicos nos leilões já que garantem o seu próprio gás natural - como foi o caso da Eneva no passado, ex-MPX. Para o leilão A-3 marcado para novembro, Farias disse que a Petrobras cadastrou uma térmica de 100 megawatts (MW) a gás natural, localizada no Amazonas, próxima de um poço. Energia solar O preço da energia solar para viabilizar leilões de energia no Brasil já está sendo orçado em cerca de R$ 165 por megawatt-hora (MWh) para 2018 por alguns interessados nesses projetos, apresentando uma rápida queda, disse Farias.Assim como aconteceu com a eólica, em que rapidamente os preços caíram, com a solar pode acontecer a mesma coisa, porque está havendo uma queda muito grande", disse. Segundo ele, em 2012 orçamentos estavam sendo apresentados por empreendedores na EPE para um preço entre R$ 340 e R$ 350 por MWh para 2018. (Anna Flávia Rochas)