Grupo japonês Mitsui compra 20% de Jirau por R$ 1,1 bi

A GDF Suez vendeu 20% da usina hidrelétrica de Jirau, localizada no rio Madeira, em Rondônia, para o grupo japonês Mitsui, com o qual já possui parcerias em outros continentes, incluindo Canadá, Europa, Oriente Médio, África, Ásia e Austrália. O empreendimento brasileiro foi avaliado em R$ 5,7 bilhões, ou em € 2,2 bilhões. Com o acordo, a GDF Suez reduzirá sua participação em Jirau para 40%, enquanto os 40% restantes continuam com a Eletrobras. Segundo comunicado divulgado pela GDF Suez, na França, a operação vai reduzir sua dívida líquida em € 2,2 bilhões. O empreendimento brasileiro deixará de ser consolidado e passará a ser contabilizado no balanço da multinacional por equivalência patrimonial. "Essa nova parceria no projeto de Jirau vai contribuir para o programa de otimização do portfólio do grupo em 2013 e 2014", informou a GDF Suez. Em março, o endividamento da companhia era de € 34,1 bilhões. Segundo o comunicado, a "Mitsui vai participar do financiamento e da implementação remanescente de Jirau". "A hidrelétrica já possui empréstimos acertados com Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com um grupo de bancos comerciais, além de possuir licenças ambientais e operacionais já aprovadas", informa o grupo. O investimento total previsto no hidrelétrica é de R$ 16 bilhões, ou € 6,1 bilhões. A multinacional espera colocar até 2015 as 50 turbinas da usina em plena operação comercial. Na avaliação de analistas, a entrada da Mitsui no capital de Jirau é positiva para os acionistas minoritários da Tractebel, a subsidiária no Brasil da GDF Suez. A operação reduz a exposição da empresa brasileira ao projeto, que envolve cifras bilionárias. Em algum momento, a Tractebel deve comprar a participação de sua matriz na hidrelétrica, o que terá impacto em seu caixa. Era esperado que a transação fosse concluída ainda neste ano, mas as companhias já sinalizaram que a transferência só será realizada em 2014. Com base no valor anunciado na transação entre a GDF Suez e Mitsui, a taxa interna de retorno de Jirau deve ficar em torno de 6% em termos reais, calcula uma analista. Apesar de ter vendido parte do capital de Jirau, o grupo afirmou que não vai reduzir sua presença no país. "A GDF Suez confirma sua intenção de aumentar a presença em mercados de rápido crescimento, em particular no Brasil, onde o grupo já está há 15 anos." (Cláudia Facchini)