Hidrelétrica devolvida pela Cesp será leiloada

Depois de retornar para o controle da União no início deste ano, a hidrelétrica Três Irmãos, maior usina do rio Tietê, em São Paulo, deve ser leiloada em setembro. A informação foi dada ontem por Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), durante o "Seminário de Sustentabilidade do Brasil de 2013 para o Brasil de 2050", promovido em São Paulo pelo Valor. "O processo de Três Irmãos está adiantado e sai por volta de setembro. A usina Jaguara está menos adiantada, e ainda não temos previsão", afirmou Tolmasquim, referindo-se à hidrelétrica controlada pela mineira Cemig, que está prestes a ter a concessão vencida e pode também retornar à União para nova licitação. Tanto a Cesp, antiga concessionária da usina Três Irmãos quanto a companhia mineira não aceitaram os novos termos definidos pelo governo federal para renovar a concessão de usinas. O leilão da Três Irmãos, construída em 1993 pela Cesp, será o primeiro de uma hidrelétrica antiga de grande porte que retornou ao poder concedente e será relicitada dentro das novas regras. O presidente da AES Tietê, Britaldo Soares, também presente ao evento, afirmou que a companhia vai "olhar com carinho" a antiga usina da Cesp. Segundo Soares, a AES já fez "alguns estudos", mas a definição depende das condições que serão adotadas pelo governo Vencerá a licitação quem oferecer a menor tarifa. O preço apresentado na proposta de renovação das concessões do governo federal, válido para Três Irmãos e Ilha Solteira, que operam interligadas, ficou em torno de R$ 6 por MWh, sem encargos e impostos. Não está escrito se essa será a tarifa do leilão, mas é esperado que a União mantenha a proposta feita à Cesp - e recusada pela geradora. Durante sua apresentação, Tolmasquim destacou o volume recorde de cadastros para o próximo leilão de energia eólica, a ser realizado em agosto. Conforme divulgado pela EPE, foram 655 projetos inscritos que somam 16.040 MW. "Estamos batendo neste leilão um recorde de cadastrados. É o maior numero de inscritos para um leilão desse tipo no mundo. São 16 mil MW, mais que uma Itaipu", disse. Segundo Tolmasquim, "as expectativas são as melhores possíveis. Embora seja difícil prever qual será o preço final, sabemos que, mesmo tendo alcançado preços muito baixos para a energia eólica com os leilões, o Brasil atrai interesse de investidores". (Juliana Elias e Cláudia Facchini)