Leilão A-5 viabiliza 1.265 MW ao preço médio de R$ 124,97 por MWh

Sinop fica com o consórcio CES que ofertou R$ 109,4, deságio de 7,29%, Celpa é a maior compradora de energia. Usinas a carvão não negociaram. Após uma disputa de três horas, chegou ao fim o leilão A-5, que negociou um total de 165.233.059,200 MWh de energia que viabilizou a adição de 1.265 MW em capacidade instalada. O preço médio de venda ficou em R$ 124,97 por MWh. Esse valor corresponde a um deságio de 10,79% sobre o valor de R$ 140 por MWh, preço-teto para todos os empreendimentos, excluindo a UHE Sinop (MT - 400 MW) que vendeu energia a R$ 109,40 por MWh, deságio de 7,29% sobre o preço-teto de R$ 118 por MW. Apesar de ter sido habilitado ao leilão, nenhuma térmica a carvão fechou contratos de venda de energia. Apenas biomassa vendeu com nove projetos, sendo sete a bagaço de cana e dois a cavaco de madeira, os primeiros nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, enquanto que o cavaco ficou nos estados do Piauí e Bahia. A fonte hidráulica teve 10 novas usinas. A maior delas a de Sinop, ficou com o consórcio CES, que vendeu 2.158 lotes e registrou o menor preço do leilão. No total, o país terá mais 618,483 MW em novas usinas de fontes hídricas. Serão oito novas PCHs e uma nova usina hidrelétrica UHEP Apiacás (MT - 45MW). O volume de energia negociado corresponde a um giro financeiro de R$ 20,649 bilhões. A garantia física contratada ficou em 748,7 MW médios. Ao total, 34 distribuidoras comprarão energia. Dessas, as maiores compradoras foram a Celpa com 14,586 milhões de MWh, Copel com 11,851 milhões de MWh e Cemat com 11,261 milhões de MWh. A Abrapch entrou com pedido de liminar para tentar suspender o leilão, alegando concorrência desleal entre as fontes, mas a Advocacia Geral da União conseguiu manter a realização do certame. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Leilão A-5: Investimentos somam R$ 5 bilhões para 2018. Presidente da EPE destacou o retorno das PCHs e biomassa a bagaço de cana e da entrada da biomassa a cavaco de madeira O leilão A-5 de energia nova, realizado nesta quinta-feira, 29 de agosto, em São Paulo, viabilizou a entrada de 1.265 GW de capacidade instalada um investimento estimado em R$ 5 bilhões para entrga de energia em janeiro de 2018. Apesar do resultado em volume e valores financeiros ter ficado abaixo do leilão de energia de reserva da semana passada, as autoridades do setor elétrico consideraram a disputa bem sucedida, ainda mais porque essa foi o primeiro de duas etapas do leilão para contratação para 2018. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirmou que a disputa na CCEE teve cinco destaques positivos. O primeiro foi a contratação de apenas fontes renováveis, a segunda de que o governo conseguiu retornar as fontes PCH e biomassa de bagaço da cana que apresentaram dificuldades de competir nos últimos certames. Ainda no campo da biomassa, Tolmasquim comemorou a entrada de uma nova fonte de geração a biomassa, o cavaco de madeira. Nesse leilão entraram duas grandes usinas a Canto do Buriti (PI - 150 MW) e Campo Grande (BA - 150 MW) que possuem garantia física de 119,1 MW e de 122,1 MW, respectivamente. "São as duas maiores biomassa contratadas e tem um papel interessante porque ela tem capacidade de ser despachada o ano todo, como uma térmica a gás e não tem problema de safra, a madeira tem o ano todo e quando a hidrologia está boa pode estocar a madeira ou usar para outros fins e quando a hidrologia está ruim utiliza essa madeira como combiustível. Ver que essa fonte se tornou competitiva é um ótimo sinal para a matriz energética brasileira", explicou Tolmasquim. Os demais destaques foram a venda da UHE Sinop (MT - 400 MW) que tem reservatório e serve de regularização para todas as usinas do rio Teles Pires. O ultimo, segundo ele, foi o preço médio que ficou em R$ 124,97 por MWh, um deságio de 10,74%. Segundo a avaliação dos representantes da CCEE, EPE, Aneel e MME na coletiva após o encerramento do leilão, o deságio foi ajudado pelo lance de Sinop que ficou em R$ 109,40 por MWh. Contudo, os lances das térmicas a biomassa de cavaco de madeira ficaram em R$ 136,69 por MWh, a bagaço de cana a R$ 133,57 por MWh. Enquanto isso, o preço médio das PCHs ficou em R$ 127,01 por MWh e as UHEs de até 50 MW de capacidade em cerca de R$ 119,97 por MWh. O estado que mais comercializou energia foi o Mato Grosso, com 285,4 MW em garantia física, ao mesmo tempo essa região é que terá a maior parte dos investimentos, estimados pela Aneel em R$ 2,270 bilhões, quase metade do que foi viabilizado no leilão. Ao total, 34 distribuidoras compraram energia. Dessas, as maiores compradoras foram a Celpa com 14,586 milhões de MWh, Copel com 11,851 milhões de MWh e a Cemat com 11,261 milhões de MWh. (Maurício Godoi)