Leilões de energia existente podem ter dificuldade para atrair oferta e leilões de energia nova precisam de mudanças

Alta do PLD torna definição de preços decisiva para sucesso dos certame. O governo prevê a realização de vários leilões de energia durante este ano. Mas a PSR avalia que os leilões de energia existente podem ter problemas para atrair oferta necessária para atender a demanda das distribuidoras. O problema está no fato de que o Preço de Liquidação das Diferenças está alto, tornando o mercado de curto prazo mais interessante para os vendedores. O primeiro teste será na próxima quarta-feira, 27 de março, quando ocorre o primeiro leilão de ajuste, que tem preço máximo de R$ 164 por MWh. Ainda em maio ocorre o segundo leilão de ajuste e o leilão especial, ou A-0, para cobrir a subcontratação das distribuidoras. "Pelo lado da oferta pode não gerar interesse. E essa energia frustrada vai para a tarifa do consumidor cativo", observou Luiz Barroso, diretor-executivo da PSR, durante o Workshop PSR-CanalEnergia: segurança de suprimento, reflexos da MP 579 e agenda regulatória 2013 realizado nesta quarta-feira, 20 de março, no Rio de Janeiro. Barroso explicou que é preciso fazer uma política de definição de preços-teto mais adequada para atrair a oferta para esses certames, incorporando algum componente conjuntural. Já os leilões de energia nova, A-3 e A-5, vão depender da estratégia de contratação de cada uma das distribuidoras, que podem, a partir deste ano, ter uma sobrecontratação de até 105%, além de terem perdido a flexibilidade na descontratação de 4% do portfólio de energia velha que virou cotas de energia após a MP579. Há ainda uma possibilidade de contratação de leilão de energia de reserva para este ano, que tem sido usado para contratar energia complementar para aumentar a segurança de suprimento. Para Mario Veiga, presidente da PSR, é prioritário haver uma reforma nos leilões de energia nova. Assim como Barroso, ele considera que os certames devem levar em consideração os diferentes atributos das fontes, além do preço final menor, como atendimento da ponta, despachabilidade e níveis de emissão de gases do efeito estufa. Assim, os certames poderiam atender melhor as necessidades operativas do setor e maximizar o beneficio para a sociedade. (Alexandre Canazio)