Leilões de energia nova devem ficar para segundo semestre

Miranda, da EPE, diz que MME deverá publicar em 15 dias a portaria autorizando a realização dos três leilões. O diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética, José Carlos Miranda, disse nesta terça-feira, 16 de abril, que o governo deverá realizar todos os leilões de energia nova programados para este ano apenas no segundo semestre. Ele afirmou que o Ministério de Minas e Energia está concluindo as análises e diretrizes e em 15 dias deverá publicar as portarias dos leilões inclusive, com a data de realização dos certames. "Todos deverão ficar para julho", resumiu ele a jornalistas após o encerramento da SolarInvest 2013, em São Paulo. De acordo com Miranda, o governo ainda não decidiu, mas a tendência é de que o Leilão de Energia de Reserva desse ano será exclusivo para eólicas. Contudo, destacou, essa característica ainda depende de decisão do MME. Para o leilão A-5, Miranda disse que o governo não estuda reduzir a competitividade de forma artificial de qualquer uma das fontes que serão habilitadas a participar. As usinas a carvão serão a novidade este ano com a permissão de cadastramento e habilitação de projetos. De acordo com o executivo da EPE, com a saída das térmicas a óleo da Bertin foi possível incluir projetos a carvão por estar dentro dos limites de emissões, mas alertou que essa fonte deverá apresentar projetos competitivos se quiser vender energia. Para projetos como PCHs que vem perdendo espaço na matriz energética nacional, Miranda disse que o setor está se movimentando para buscar ser mais atrativo. Entre as mudanças que estão em análise está a redução de valores para investimento nesse tipo de empreendimento e que passa pela diminuição de preços de equipamentos, construção e financiamento em melhores condições. De acordo com o Ricardo Pigatto, da EC Global, as reuniões com a EPE trataram de melhorar diversas condições e destacou as de financiamento. Segundo ele, esses ajustes com o BNDES e referente a tributação podem permitir a redução de custo para as PCHs em R$ 35 por MWh, o que poderia levaro ao teto de R$ 135 por MWh e assim, melhorar a sua competitividade. (Maurício Godoi)