Lobão garante que não faltará energia em nenhum estádio na Copa do Mundo

O governo voltou a convocar a cúpula dos órgãos ligados ao setor elétrico para responder à imprensa sobre o risco de desabastecimento no país. Dessa vez, o propósito era de rebater ao que foi classificado pelo ministro de Minas de Energia, Edison Lobão, de "tom alarmista" com a qual vem sendo tratado o tema. Lobão reafirmou que não há nenhum risco de racionamento ou falta de energia no país. Tal avaliação, segundo ele, garante que o país não enfrentará problemas durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. "Não faltará energia sob hipótese alguma em estádio algum da Copa", disse. O ministro considera que nem o atraso na execução de projetos, demonstrado em relatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), colocariam o suprimento de energia em condição desfavorável. Embora quisesse transparecer tranquilidade diante do tema, o governo deu demonstração de que está disposto a assumir uma posição mais conservadora a fim de evitar problemas até 2014. O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, informou que o nível-meta dos reservatórios para novembro é de 47%, para a região Sudeste, e 35%, para o Nordeste. Ele disse que essa é a informação principal para decidir o momento exato em que as usinas termelétricas serão desligadas. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o nível-meta definido é "extremamente alto", capaz de suportar pior cenário de chuvas dos últimos 80 anos. Chipp também ressaltou que o sistema elétrico brasileiro está preparado para o crescimento de 4,5% da demanda por energia elétrica em 2013, com cenário de alta do PIB de 4%. Tolmasquim disse que o setor tem condições de suportar com folga para crescimento econômico de 4% a 5%. Lobão disse que esperava os assuntos do setor não sofressem interpretações sob qualquer "motivação política". Ao ser perguntado se a iniciativa de marcar a entrevista teria partido do Palácio do Planalto, o ministro apenas disse que "todos os dias" fala com a presidente Dilma Rousseff. Mesmo sem querer politizar a questão, o ministro disse ao fim da entrevista que, a situação do setor já foi preocupante, entre 2001 e 2002. Na época, o país viveu um racionamento de energia pela falta de chuvas, no fim governo do presidente Fernando Henrique Cardozo. (Rafael Bitencourt)