Não é o momento para desligar térmicas, diz Chipp

Para o diretor geral do ONS, a reunião do CMSE desta quarta-feira pode até decidir pelo desligamento, mas o país continua atrás de atingir o nível meta e estamos em pleno período seco. O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse nesta terça-feira, 6 de agosto, que o momento ainda não é adequado para o Brasil desligar novas térmicas. Ele justifica esse posicionamento por duas razões fundamentais, a primeira é que ainda está em busca de atingir o nível meta dos reservatórios para a segurança energética e o segundo é que o país está em meio ao período seco. Ele disse que a reunião do Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico que ocorre amanhã (7), em Brasília, avaliará os dados de operação do SIN e tomará a decisão. "O desligamento depende da reunião, possível sempre é , mas talvez esse não seja o momento mais adequado para esta decisão", afirmou ele, em São Paulo. O executivo disse que há bacias que estão em melhores condições, como na região sul. Segundo Chipp, a do Iguaçu está em boa situação, já a do Uruguai foi classificada como 'mais ou menos', o que coloca a porção mais ao norte da região sul em uma condição mais favorável, assim como a incremental do Paraná que inclui os rios Paranapanema e Tietê. Essas bacias, lembrou Chipp, são sazonais e voláteis diferente daquelas de grande porte como do Rio Grande e do Paranaíba. Então, estamos aguardando para ver se a chuva vem e os reservatórios sobem mais um pouco. Com uma condição mais favorável de hidrologia, lembrou, e tem maior possibilidade de reduzir o despacho termelétrico. Atualmente, o país conta com a geração entre 11 e 12 mil MW de usinas térmicas, já contando com a fonte nuclear. Chipp considerou um avanço muito grande a inserção da CvAR, pois coloca a operação e o planejamento em um estado mais harmônico, conforme afirmou na última segunda-feira, 5, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim. "Isso é muito positivo porque no projeto o empreendedor aposta na sua previsibilidade, porém, quando vê a operação percebe que apostou em uma coisa que não é real. Agora está mais sintonizado", avaliou. As discussões sobre a retomada da operação da AES Uruguaiana (RS - 639 MW) ainda estão em andamento entre o Brasil e a Argentina, relatou Chipp. "Espero que aconteça, pois é importante para os dois países", finalizou ele. (Maurício Godoi)