Nível dos reservatórios sobe, mas térmicas continuam no limite
Apesar das chuvas, uso de energia mais cara ainda é necessário para o abastecimento.
Os reservatórios das usinas hidrelétricas subiram nos últimos dias em razão de chuvas nas cabeceiras dos rios que os alimentam, mas ainda estão longe da média de janeiro do ano passado.
Com isso, as termelétricas, que produzem energia mais cara, continuam operando com a capacidade máxima de geração.
Anteontem, as hidrelétricas produziram 35.393 megawatts médios, 5% abaixo do esperado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema).
Itaipu é a única grande hidrelétrica a produzir dentro do esperado -11.032 MW médios ontem, ante expectativa de 11.141 MW médios.
As termelétricas também não têm conseguido atingir a meta do operador, mas operam na capacidade máxima. Elas geraram 11.883 MW médios ontem, também cerca de 5% abaixo do esperado (12.468 MW médios).
Problemas em unidades geradoras, como a redução da operação da UT Candiota 3, da Eletrobras, para controle de emissão de enxofre na atmosfera, são apontados como causas do resultado.
POR REGIÃO
A região que mais preocupa o governo, o Nordeste, continua a registrar o menor nível de água do país: 29,62%. O nível mínimo mensal para garantir o abastecimento é de 10%, segundo o ONS.
Apesar de o índice ser um pouco melhor que o da véspera, está bem abaixo dos 71,72% registrados há um ano pelos reservatórios da região.
O Sul segue como o mais beneficiado pelas chuvas, com 49,58% da capacidade. Em janeiro de 2012, a média da região foi de 63,28%.
Os reservatórios da região Sudeste/Centro-Oeste, que respondem por 70% do país, subiram de 29,83% para 30,43% entre segunda e terça-feira. O mínimo necessário é 21%. Os do Norte passaram de 42,04% para 42,47%.
Em janeiro do ano passado, as duas regiões registravam níveis de 76,23% e 90,02%, respectivamente.
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Acordo por gás do exterior garante usinas.
A decisão de importar o GNL (Gás Natural Liquefeito) para abastecer as térmicas no Brasil foi tomada após a Petrobras assinar, em 2007, um termo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) se comprometendo com o abastecimento das usinas.
À época, havia deficit no fornecimento do produto. O gás produzido pela Petrobras e o importado da Bolívia eram insuficientes para atender indústrias, térmicas e veículos movidos a GNV (Gás Natural Veicular).
O gás produzido no Brasil é predominantemente associado ao petróleo, cuja extração vem crescendo lentamente nos últimos anos. Já a demanda por gás tem disparado ano a ano.
Na semana passada, a presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que "até 2020 não haverá aumento relevante de gás do pré-sal".
A dificuldade de transporte é outro fator que impede a expansão da produção de gás natural no país. Não é possível estocar o produto, a menos que sejam usadas cavernas subterrâneas, o que elevaria os custos de produção.