Nordeste pode ter pior agosto em volume de chuvas desde 1931

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que este mês pode registrar o pior volume de chuvas nos reservatórios hidrelétricos do Nordeste para agosto, na série histórica iniciada em 1931. De acordo com o órgão, a previsão só não será concretizada se houver uma melhora da situação hidrológica para a região na última semana do mês. No entanto, não há dados que sinalizam isso até o momento. "Ressalta-se que a previsão mensal de vazões para o subsistema Nordeste continua correspondendo ao pior agosto do histórico de ENAs para este subsistema", informou o ONS em relatório semanal sobre o programa mensal de operação (PMO) de agosto. Os reservatórios das hidrelétricas do Nordeste encerraram a última semana com nível de armazenamento de 39,3%, com queda de 2,1 pontos percentuais no acumulado de agosto. No mesmo período do ano passado, eles registravam estoque de 55,8%. O ONS estima que os reservatórios da região fecharão o mês na cota de 36,4%. No ano passado, eles terminaram agosto com 52% de acumulação de água. Com relação ao subsistema Sudeste-Centro-Oeste, que responde por 70% da capacidade de acumulação do país, o ONS prevê que as hidrelétricas da região cheguem ao fim de agosto com nível de armazenamento de 55,8%. Na última semana, elas estavam na cota de 58,4%, com queda acumulada no mês de 2,4 pontos percentuais. Para esta semana, o ONS prevê apenas a ocorrência de chuvas fracas e moderadas em reservatórios de hidrelétricas da região Sul. "A previsão é de que apenas uma frente fria consiga atingir a região Sul do Brasil", explicou o órgão, no relatório. O ONS mantém a previsão de crescimento de 5% do consumo de energia no sistema brasileiro em agosto, em relação a igual período de 2012, totalizando 62.807 gigawatts-hora (GWh). O aumento é influenciado principalmente pela integração de Manaus ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em julho. O operador prevê um crescimento de 28,5% para o consumo de energia no sistema Norte, alcançando 5.266 GWh. Outro motivo para o incremento é a expectativa de aumento de consumo por uma indústria da região, cujo nome não foi informado. (Rodrigo Polito)