Para ABDI, microgeração precisa de mais divulgação

Para especialista da agência, resolução 482 da Aneel e suas potencialidades ainda precisam ser conhecidos pelos consumidores. É preciso que a resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica, que instituiu a microgeração, tenha mais publicidade para ser compreendida pelos consumidores. De acordo com Eduardo Tosta, especialista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, estudos indicam a necessidade da divulgação da resolução, uma vez que os consumidores ainda não sabe o que ela pode proporcionar. Tosta esteve presente ao PE Business Energias Renováveis, realizado na última quarta-feira, 17 de abril, em Olinda (PE). Para Tosta, também é fundamental que se divulgue os produtos e programas de crédito que já estão disponíveis para esse setor. Ele quer que aqueles consumidores interessados em atuar na mini ou microgeração saibam como proceder na compra de equipamentos. "É preciso divulgar para as pessoas interessadas que colocar um aerogerador de pequeno porte na sua residência que existem meios de financiamento para pessoa física e jurídica", argumenta. A ABDI deve divulgar no próximo mês estudo para identificar mercado potencial. Ele lamenta o fato do Banco do Brasil e da Caixa Econômica federal não terem criado uma linha específica para esse crédito alegando altos custos, mas ressalta que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social oferece o cartão BNDES para quem quiser atuar na mini e microgeração. Ainda segundo Tosta, o apoio a empresas que fazem operações como leasing também seria importante, já que é reduzido o número de quem fazem esse tipo de negócio. Ressaltando o caráter recente da resolução 482, o especialista da ABDI informou que o governo marcou para a semana que vem uma reunião com as distribuidoras de energia e grandes players do mercado para discutir formas de incentivo e apoio para novos negócios. Ele elogia as medidas tomadas pelo BNDES para garantir o conteúdo nacional na fabricação de equipamentos lembrando que vários países tomaram medidas semelhantes no intuito de resguardar o conteúdo local e a cadeia de fabricantes. Tosta também defende medidas como a inserção dos equipamentos eólicos para microgeração em um programa de etiquetagem, como forma de dar mais garantia, eficiência e credibilidade às máquinas. Para ele, a etiquetagem é uma medida que evitaria a importação desenfreada de equipamentos. "A etiquetagem estipula níveis mínimos e máximos, por isso não existe geladeira chinesa. Ela é uma forma de garantir conteúdo nacional mínimo", aponta. (Pedro Aurélio Teixeira)