Para CPFL, Tanquinho vai proporcionar know-how para próximos projetos solares

Implantação e operação de usina solar em São Paulo faz empresa absorver melhores práticas para uso da fonte. A implantação da Usina Solar Fotovoltaica de Tanquinho (SP- 1MW), em novembro do ano passado, vai proporcionar a CPFL Energia uma experiência que ela poderá levar para próximos empreendimentos do gênero no país. A usina é resultado da participação da empresa no Programa de Pesquisa & Desenvolvimento Estratégico em energia solar fotovoltaica. De acordo com Vinícius Teixeira, gerente de inovação e transformação da CPFL Energia, ter implantado a usina permitiu a CPFL conhecer todas as variações do uso da energia solar. "Ela tem sido importante para absorvermos conhecimento para nossos negócios, ela é a primeira usina que ficou pronta nessa chamada da Aneel," explica. A fonte solar e o Biogás foram autorizadas a participarem do próximo leilão A-3 pelo governo. Ele acredita que a fonte solar, apesar de ainda estar mais cara que a eólica, já é competitiva na geração distribuída, o que pode justificar a atenção destinada ao tema pelo grupo, que possui oito distribuidoras que poderão vir a receber solicitações de conexões da fonte; para a CPFL Serviços, que está habilitada a fazer instalações para clientes, e para a CPFL Renováveis, que projetou e opera a usina Tanquinho. Ainda de acordo com Teixeira, antes da usina Tanquinho, a CPFL já possuía alguns projetos ligados a energia fotovoltaica, mas ter participado de todo o processo de implantação fez com que a empresa conseguisse ter o know-how necessário para próximos empreendimentos. "Fazer um projeto do zero você mesmo foi algo bastante importante, ter desenhado e construir essas plantas", observa. Ele conta que aspectos como o do tempo necessário para construção da usina - em torno de três meses e meio - foram um diferencial que poderá ser usado a favor da empresa, já que ela terá a segurança de firmar um prazo que ela sabe ser factível. Outro aspecto que o gerente da CPFL Energia classifica como importante é a experiência que a empresa está adquirindo na operação da UFV Tanquinho. Segundo ele, diferentemente de outras fontes, a operação de uma usina solar não é complexa. "Elas são bastante descomplicadas, não tem partes móveis nem uma grande demanda de operação, mas é importante para nós acompanharmos a produção de energia, para entender bem a variação em relação a quantidade de sol e nuvens", aponta. O efeito da poeira nos painéis e a frequência da limpeza desses equipamentos também mereceram olhares mais atentos. Com previsão de investir em torno de R$ 35 milhões esse ano em Pesquisa e Desenvolvimento, Teixeira acredita que outro projeto da empresa inserido no programa de Pesquisa & Desenvolvimento da Aneel vá guiar os próximas ações da CPFL em direção a uma nova fonte. A usina de Biogás na cidade de Cosmópolis (SP), é uma continuação de pesquisas para obter energia a partir da linhaça. O projeto teve início no último mês de agosto. Segundo ele, ao contrário da planta solar, o Biogás requer uma presença diária na gestão do biodigestor. "Há a intenção de otimizar a operação da usina, aumentando a sua automação". Atualmente, ela é operada por muitos especialistas de maneira constante. "No futuro, queremos mais ações automáticas, para que quando a gente tenha mais usinas, não se precise ter uma equipe grande dentro de cada uma e sim de um centro fazendo a operação integrada", conclui. (Pedro Aurélio Teixeira)