PBio prevê investir R$ 1 bi em 2013

O presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), Miguel Rossetto, disse que os investimentos em expansão e qualidade das usinas sob a gestão da companhia devem somar R$ 1 bilhão em 2013. A declaração foi feita durante o Ethanol Summit, evento do setor sucroalcooleiro realizado ontem em São Paulo. Com o aporte, a capacidade de moagem de cana-de-açúcar deverá aumentar de 21 milhões para até 26 milhões de toneladas. Atualmente, a PBio engloba três grupos empresariais, e nove usinas estão sob a gestão da companhia. Rossetto não descartou aquisições e até a construção de novas usinas. "O crescimento da produção depende do investimento primário. A gente pode se associar a outras usinas; não apenas compramos ativos". O presidente da PBio observou que a empresa opera hoje no limite de sua capacidade. Segundo ele, a companhia está ajustando suas metas para a produção de etanol, mas o objetivo continua a ser que a PBio represente 15% do volume de etanol produzido no país em 2017. Os investimentos previstos no plano 2013-2017 são de US$ 1,9 bilhão. Rossetto também afirmou que uma usina de etanol celulósico da companhia deverá entrar em escala comercial em 2015. Ainda ontem, a GranBio, empresa brasileira de biotecnologia controlada pela Gran Investimentos (holding da família Gradin), informou que prevê inaugurar a primeiro usina de etanol celulósico do Hemisfério Sul, em Barra de São Miguel (AL), no primeiro trimestre de 2014. A construção da unidade de etanol de segunda geração, feito a partir de biomassa, começou em 2012. Inicialmente, a matéria-prima para o biocombustível será a palha e o bagaço da cana-de-açúcar, adquiridos de fornecedores locais. A planta terá sinergia com uma usina convencional do grupo alagoano Carlos Lyra. Quando estiver em plena operação, o que está previsto para ocorrer seis meses após a inauguração da fábrica, a usina poderá produzir 82 milhões de litros de etanol celulósico por ano, disse Bernardo Gradin, presidente da GranBio, que participou ontem do Ethanol Summit. A empresa prevê faturar R$ 120 milhões por ano, a depender das condições de mercado. O executivo observou que o Brasil não faz diferenciação entre o chamado etanol avançado, já produzido pelo país, e o celulósico. Nos EUA, o produto celulósico vale até 60% a mais que o convencional. Já a Europa acaba de anunciar que pagará um prêmio pelo biocombustível de segunda geração, lembrou. Segundo o presidente da GranBio, a usina da empresa se somará a outras cinco no mundo a entrar em operação no próximo ano, sendo quatro nos EUA e uma na Europa. Gradin afirma que o custo de investimento do etanol celulósico é cerca de 25% maior que o do produto convencional, mas que o custo de produção é até 20% menor. A GranBio pretende investir R$ 350 milhões no projeto até fevereiro. Os recursos são da empresa e do BNDES. A empresa, ainda em fase pré-operacional, foi criada há dois anos com foco em pesquisa para a produção de bioquímicos, biocombustíveis e tecnologia industrial. (CF)