Petrobrás negocia parceria com chinesa Sinopec para refinarias

Primeiro Lobão disse que 'mandou' Graça à China negociar, depois recuou e disse que presidente da estatal viajou a convite. Com dificuldades para tocar sozinha as obras de importantes refinarias de petróleo no Nordeste, a Petrobrás precisou ir à China para negociar com a estatal do setor no país asiático a possibilidade de entrar como sócia nos empreendimentos. A presidente da companhia, Maria das Graças Foster, aproveitou visita a prováveis investidores nos leilões de petróleo e gás marcados para este ano para tentar formar parcerias também na produção de gasolina e diesel. A informação foi revelada ontem pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que admitiu "uma certa dificuldade financeira" para a estatal levar adiante os projetos das Refinarias Premium 1 e 2, localizadas no Ceará e no Maranhão. No caso maranhense, o início do refino de petróleo estava previsto pela Petrobrás para 2016, mas o governo estadual já estima que o empreendimento só esteja concluído em 2018. "Um projeto nessa altura não pode acabar, ele é uma necessidade para o País. Estamos importando gasolina e diesel não porque não temos petróleo, mas porque não temos refinarias", disse Lobão durante o programa de rádio Bom dia Ministro, produzido pela Radiobrás. "Pedi que a Graça fosse à China buscar parceria com a estatal para completar a refinaria do Maranhão", completou o ministro. A empresa chinesa em questão é a Sinopec, gigante do setor energético que tem ações listadas nas Bolsas de Hong Kong, Nova York, Londres e Xangai. Após a participação no programa, Lobão disse que a viagem da executiva à Ásia na semana passada foi feita, na verdade, a convite de empresários locais interessados em se associarem à Petrobrás para a disputa dos leilões de exploração de gás e petróleo. A 11ª rodada ocorrerá em maio, o leilão de gás não convencional foi antecipado para outubro e o certame do pré-sal está marcado para novembro. "O modelo contempla a formação de consórcios para explorarem essas áreas junto com a Petrobrás. Por isso, a Graça visitou a China e visitará outros países", disse o ministro. "Mas ela recebeu convites para conhecer esses eventuais parceiros, ela não está lá como uma caixeira viajante", completou Lobão. Térmicas. Lobão voltou a dizer ontem que o governo continua avaliando o pedido das distribuidoras de eletricidade de ajuda para lidar com o alto custo do uso contínuo da energia gerada pelas usinas termoelétricas. O Tesouro Nacional poderá fazer uma espécie de empréstimo para que as distribuidoras tenham recursos em caixa para pagar pela energia térmica, que é mais cara do que a gerada pelas hidrelétricas, e evitar assim um repasse imediato desse custo extra para os consumidores. (Eduardo Rodrigues)