Petrobras prevê produção de 5,7 milhões de barris em 2020

Os pesados investimentos realizados pela Petrobras vão elevar fortemente a produção de petróleo e gás natural nos próximos anos, passando dos atuais 2,25 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia para 5,7 milhões em 2020, o que permitirá ao Brasil exportar liquidamente 2,1 milhões de barris diários, disse ontem a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Segundo ela, a exploração e a produção nos campos do pré-sal serão o "principal pilar" desse aumento. Em evento realizado em Houston, no Texas, Graça Foster afirmou que a capacidade de refino da Petrobras deve subir dos atuais 2,1 milhões de barris por dia para 3,6 milhões em 2020. A presidente da Petrobras destacou os investimentos que serão realizados pela empresa nos próximos anos. De 2013 a 2017, eles vão totalizar US$ 236,7 bilhões, dos quais 62,3% vão se concentrar na exploração e distribuição de petróleo. "De 2000 a 2012, a Petrobras investiu US$ 270 bilhões." Graça ressaltou o forte crescimento do consumo de derivados de petróleo no Brasil, bastante acima da média global. Entre 2000 e 2012, o consumo de gasolina no país aumentou 73%, muito superior aos 17% registrados no mundo. No caso do óleo diesel, a demanda brasileira aumentou 52% e a global, 31%. Nesse cenário, disse Graça, a tarefa da Petrobras "não é simples". Segundo a presidente da empresa, é preciso de muita atenção para fornecer toda a energia de que o consumidor brasileiro necessita. A Petrobras, ressaltou ela, é a responsável por quase toda a oferta de petróleo no país. Ao comentar o forte apetite por energia proveniente dos mercados emergentes, Graça disse que esse é realmente um dos grandes desafios das empresas do setor, mas observou que a prioridade "é desenvolver e manter a demanda doméstica". É importante definir o foco, segundo ela, para ter ideia exata do tamanho da demanda interna e o quanto será investido. A presidente da Petrobras destacou a importância do investimento em pesquisa e desenvolvimento, que cresceu a um ritmo anual de 18,3% de 2000 a 2012. Ao investir esse volume de dinheiro em P&D, disse ela, a Petrobras se colocou na vanguarda tecnológica na exploração de petróleo em águas profundas. Em 17 de abril, a produção dos campos do pré-sal atingiu 311 mil barris por dia. Nos últimos 14 meses, a Petrobras fez 53 descobertas, sendo 15 no pré-sal. Graça disse ainda que a expectativa é que as reservas provadas da Petrobras subam dos 15,7 bilhões de barris de óleo equivalentes em 2012 para 31,5 bilhões nos próximos anos. Ao comentar a retomada dos leilões de campos de petróleo na semana que vem, pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), Graça Foster disse que a estatal está aberta a parcerias com estrangeiras, desde que haja disposição dessas companhias em investir. Ela afirmou que os leilões deverão ser mais frequentes daqui em diante, o que é importante para o setor. A uma plateia formada por executivos e empregados da indústria do petróleo e gás, Graça disse que o "Brasil é o lugar certo para investir". O país, segundo ela, tem estabilidade, indústria forte, marco regulatório estável e bons estaleiros. A executiva participou do painel "Panorama global de energia - moldando o futuro", na Offshore Technology Conference (OTC), o principal evento da indústria petrolífera sobre a exploração e produção de petróleo no mar. (Sérgio Lamucci)