PIB mais fraco reduz previsão de consumo para os próximos anos
Com uma expansão mais fraca que a prevista para o PIB, os órgãos responsáveis pelo planejamento energético do país devem reduzir em cerca de 2% suas estimativas para o aumento anual da demanda por energia elétrica entre 2013 e 2017. O consumo de energia é revisado a cada quadrimestre pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
É esperado que os órgãos divulguem, nesta semana, uma nova previsão para o consumo nos próximos quatro anos, com um crescimento anual mais modesto. Segundo um analista consultado pelo Valor, a demanda em 2014 deve ser revisada para 65,911 mil MW médios, 1,9% a menos que esperado anteriormente, de 67,203 mil MW médios.
O consumo estimado para 2013 também deve ser reduzido em 0,3%, de 62,924 mil MW médios para 62,748 mil MW médios. O governo deve ainda revisar para baixo sua previsão para o consumo em 2015 de 69,974 mil MW para 68,454 mil MW médios, ou em 2,1%.
As estimativas para o consumo em 2016 e 2017 devem ser reduzidas em 1,9%, para 71,251 mil MW e 74,136 mil MW médios, respectivamente.
Agentes do setor também preveem que seja publicado nesta semana, pela primeira vez, o novo Preço de Liquidação da Diferenças (PLD), que passará a ser calculado com base em um novo modelo computacional, no qual estarão incluídos os custos com a geração de energia térmica para segurança energética.
Paulo Mayon, diretor da comercializadora de energia Compass, estima que o PLD para 1ª semana de setembro sairá dos R$ 172,59 por MWh para mais de R$ 225 de MWh devido à adoção da nova metodologia. "Será um aumento de mais de R$ 50 por MWh, ou de mais que 30%", disse o executivo.
Na avaliação de Mayon, o setor industrial apresenta um crescimento mais lento, enquanto o consumo de energia pelos setores comercial e residencial continua dentro do previsto. "São os atrasos na implementação de projetos industriais que devem fazer com que a demanda por energia seja revista para baixo", disse o diretor da Compass.
"Algumas modificações importantes são aguardadas para o Programa Mensal da Operação (PMO) de setembro", informou a Compass, referindo-se ao boletim publicado mensalmente pelo ONS.
(Cláudia Facchini)