PLD chega a 341,70/MWh nas cargas pesada e média de todos os submercados

Limites de intercâmbio de energia entre submercados não é atingido fazendo com que preços médios fiquem iguais em todas as regiões. O Preço de Liquidação das Diferenças reduziu até 39% para a semana de 12 a 18 de janeiro, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O preço atingiu R$ 341,70/MWh nas cargas pesada e média de todos os submercados e R$ 336,55/MWh na carga leve de todos os submercados. Os limites de intercâmbio de energia entre os submercados não foram atingidos, o que fez com que os preços médios ficassem equalizados em R$ 339,83 MW/h. Segundo a CCEE, a elevação da previsão de afluências para os submercados Sudeste, Sul e Nordeste foi o fator responsável pela redução dos preços médios do Sistema Interligado Nacional. Confira abaixo os valores do PLD: Sudeste/Centro-Oeste: R$ 341,70/MWh (pesada); R$ 341,70/MWh (média) e R$ 336,55/MWh (leve). Sul: R$ 341,70/MWh (pesada); R$ 341,70/MWh (média) e R$ 336,55/MWh (leve). Nordeste: R$ 3414,70/MWh (pesada); R$ 341,70/MWh (média) e R$ 336,55/MWh (leve). Norte: R$ 341,70/MWh (pesada); R$ 341,70/MWh (média) e R$ 336,55/MWh (leve). -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Na contramão das expectativas, preço-spot despenca 38%. Surpresos, agentes comercializadores veem semelhanças com forte volatilidade registrada em dezembro. Assim como ocorreu em dezembro, quando o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) apresentou forte volatilidade de uma semana para a outra, o valor da energia de curto prazo para a semana de 12 a 18 de janeiro recuou 38% em relação à anterior e fechou a R$ 341,7 por MWh no patamar da carga pesada do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. Agentes comercializadores consultados pela reportagem da Agência CanalEnergia previam valores entre R$ 480 a R$ 520 por MWh. A queda no preço é explicada no Programa Mensal da Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema Elétrico com base em previsões de significativo aumento de vazões no Sudeste. Na última semana, a Energia Natural Afluente da região ficou por volta de 28 mil MW médios. Para a próxima, o número considerado pelo modelo é de 60 mil MW médios e para a semana subsequente de 70 mil MW médios. “Isso significaria uma chuva quase centenária. O ONS foi muito otimista com a expectativa”, afirma o presidente da comercializadora CMU Energia, Walter Froés. As chuvas previstas nos modelos do ONS apontam tendência de ocorrência de precipitação de 90% da Média de Longo Termo (MLT) no Sudeste e 37% no Nordeste. No Sul, o número é bastante alto, acima de 180%, e reflete o bom período úmido que atravessa a região. Em dezembro de 2012, as previsões do ONS para as afluências chegaram a ter margem de erro da ordem de 40%, o que provocou solavancos inesperados no preço-spot. A Associação Brasileira das Comercializadoras de Energia entrou em contato com a Aneel para tratar do assunto e recebeu a informação de que houve um erro nas informações disponibilizadas pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) ao ONS. Segundo informou a agência à entidade, o órgão que faz as previsões climáticas para o operador do sistema informou os números de vazões máximas ao invés de vazões médias para o ONS, o que teria provocado as variações bruscas no preço naquele mês. Reginaldo Medeiros, presidente da associação, disse à reportagem que enviou uma carta ao Cptec pedindo esclarecimentos, mas que não havia obtido resposta até o momento. Paulo Mayon, diretor da comercializadora Compass, acha que os modelos de chuva/vazão utilizados pelo ONS estão mal calibrados e precisam de ajustes. Ele classificou a queda do PLD de artificial e lembrou que isso impactará o Encargo de Serviço de Sistemas, aumentando o valor a ser pago pelos consumidores devido ao acionamento do parque termelétrico. “As chuvas melhoram na semana que vem pelas previsões dos mapas. É normal que com essa previsão de mais chuva, o preço caísse um pouco. Mas a redução desta magnitude surpreendeu todo o mercado e na minha visão está se repetindo o que aconteceu em dezembro”, opinou. (Milton Leal)