Potencial solar de Minas Gerais é equivalente aos melhores do mundo, segundo Cemig

Atlas solarimétrico do estado mapeou regiões com maiores potenciais para receber usinas solares. Os níveis de radiação solar que incidem sobre o estado de Minas Gerais são comparáveis aos melhores resultados da Europa e Estados Unidos. A Cemig lançou nesta terça-feira, 5 de fevereiro, o Atlas Solarimétrico do estado, que detectou que as regiões Central, Oeste, Triângulo Mineiro, Norte e Noroeste são donas de um grande potencial. De acordo com Alexandre Maia Bueno, superintendente de Tecnologia e Alternativas Energéticas da Cemig, o atlas mostra que os níveis nessas localidades ficam entre 6 e 6,5 kW/m2/dia. "Os maiores potenciais do mundo ficam em torno de 7 kW/m2/dia. Metade do território de Minas está perto dos melhores potenciais do mundo. Se traçar uma linha vertical passando pela região de Montes Claros e Belo Horizonte, tudo o que fica à esquerda dessa linha tem um nível de radiação elevado", afirma. Para os que sentem estranheza, já que o estado não está localizado no Nordeste nem é reconhecido por altas temperaturas, Bueno alerta que existe um pensamento equivocado de associação de área tropicais com muito sol a alta produção de energia solar. Segundo ele, fatores climáticos podem diminuir a média da radiação solar anual. "A região amazônica apesar de receber muito sol, também tem muita chuva, o que diminui a sua média ", aponta. Segundo ele, em projetos fotovoltaicos, a temperatura alta é um fator negativo, o que acontece em algumas regiões do sertão nordestino. O atlas foi lançado pelo governador Antônio Anastasia, que em breve deve anunciar uma política de financiamentos de projetos no setor por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. O presidente da Cemig, Djalma Morais, acena com a colaboração da empresa para a ligação entre as futuras usinas e as linhas de distribuição. Mostrando otimismo com o potencial solar de Minas Gerais, Bueno conta que o atlas já começa a despertar o interesse de investidores, que aguardam que a fonte continue com a tendência mundial de queda nos preços para tornar-se competitiva no Brasil e ser incluída nos leilões de energia. "Mesmo antes da publicação, vários empresários já vinham nos procurando, mas no Brasil os preços ainda não estão competitivos", observa. Bueno conta que o atlas, resultado do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, custou R$ 2,8 milhões e que para a medição dos níveis foram instaladas cinco estações coletoras nas cidades de Diamantina, Jaíba, Paracatu, Sete Lagoas e Uberlândia. Além da Cemig, participaram da elaboração do atlas o Centro de Capacitação, Treinamento e Cultura Terra Verde, ligado ao Climatempo, a PUC-MG e a Universidade Federal de Pernambuco. A Cemig já prepara para o fim de 2014 a segunda edição do atlas, com o detalhamento das informações das estações consolidadas. (Pedro Aurélio Teixeira)