Preço competitivo estimula o uso do gás da rodada de licitação de outubro para térmicas, diz MME

Custo de gás para produção de energia elétrica dessas usinas poderia ficar entre US$ 4 e 5/1 milhão BTU. A rodada de licitação para exploração de petróleo e gás em terra, que será realizada em outubro, tem boa perspectivas para o setor elétrico. Isso porque existe a intenção do Ministério de Minas e Energia de instalar termelétricas de ciclo combinado próximas aos poços de exploração com um custo de gás entre US$ 4 e 5/milhão BTU. De acordo com o secretário de desenvolvimento e planejamento energético do MME, Altino Ventura, "diante desta possibilidade, o ministério entende que é possível ter um gás com preços bastante competitivos para geração de energia elétrica". Durante evento realizado na manhã desta sexta-feira, 19 de abril, no Rio de Janeiro, o secretário disse ainda que a principal vantagem em instalar usinas termelétricas de ciclo combinado na boca dos poços é a economia com o transporte desse gás. "Esse tipo de empreendimento eliminaria a necessidade de gasodutos, alcançando assim uma economia considerável no custo do gás natural. Qualquer outra opção diferente dessa, demandaria um custo maior, uma vez que é preciso deslocar o gás, ou pelo gasoduto ou na forma de GNL, o qual hoje é muito caro e não tem preço competitivo para geração de energia", explicou. Ainda segundo Ventura, há uma perspectiva de que dentro de três a cinco anos o Brasil possua uma oferta de gás com preços para produção de energia elétrica. "Todas as indicações é que nesses locais onde serão feitas essas rodadas de licitações nós devemos ter uma quantidade de gás bem significativa. Com a instalação dessas usinas, antes de 2020, teremos uma oferta de gás com preços bastante competitivos", disse o secretário. De acordo com Ventura, a geração de energia elétrica através do gás natural é uma solução lógica para o país uma vez que o sistema elétrico brasileiro precisa ter uma geração térmica de base cujo combustível tenha um baixo custo. Dentre os combustíveis fósseis, a geração a gás é a geração mais limpa, ou seja, cria pontos favoráveis do ponto de vista ambiental. No entanto, o secretário explica que a materialização dessas usinas não seria para imediato. "Vamos tomar um tempo para que essa alternativa se transforme em realidade e esse tempo será suficiente também para que façamos todas as expansões necessárias no sistema de transmissão", concluiu. (Tatiana Resende)