Preço pode subir nos próximos leilões

A energia poderá ficar mais cara nos futuros leilões de novos projetos de geração, avaliam fontes do setor. As surpresas causadas pela série de mudanças regulatórias - desde a Medida Provisória 579, publicada em setembro de 2012, até a Resolução Nº 3 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), divulgada em março - farão com que os empreendedores sejam mais cautelosos. Outro fator que influenciará na formação de preços daqui para frente será o "efeito Eletrobras ". Segundo o João Carlos Mello, da firma de consultoria Thymos, a estatal foi a mais atingida pela MP 579, que tratou da renovação das concessões, e, em tese, não teria mais as mesmas condições para competir. Como as margens das hidrelétricas antigas, já amortizadas, eram altas, a Eletrobras tinha espaço para oferecer preços mais baixos nos leilões dos novos projetos de geração. Mas esse colchão, supostamente, acabou. O governo quer leiloar neste ano a hidrelétrica de Sinop, no rio Teles Pires, no Mato Grosso. Segundo Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é possível que haja um leilão específico para a usina. Sinop já foi ofertada em dezembro de 2012, mas os investidores desistiram na reta final. Segundo um analista, a usina não deve sair do papel por menos de R$ 120 por MWh devido aos altos custos ambientais. A energia de Jirau foi vendida por R$ 71,37 por MWh, por exemplo. Tolmasquim discorda. Segundo ele, Sinop atraiu investidores e chegou até a segunda fase do leilão realizado em dezembro. "Não temos dúvidas de que não faltarão interessados". A expectativa do governo é que a Sinop seja leiloada por menos de R$ 112 por MWh. (CF) (Cláudia Facchini)