Queda no preço deixa energia solar cada vez mais próxima dos leilões

EPE e MME esperam por momento ideal em que preço estará menor e mais competitivo. A participação da energia solar nos leilões de energia dá sinais que está cada vez mais próxima. Tanto a Empresa de Pesquisa Energética quanto o Ministério das Minas Energia sinalizam que o preço da fonte está caindo e que o momento está próximo. Mas apesar dos sinais favoráveis, cautela para lançar a fonte é a palavra de ordem. Qualquer ação precipitada pode ser fatal na busca de um preço mais competitivo para a fonte solar no seu primeiro certame. José Carlos de Miranda Farias, diretor da EPE, e Altino Ventura, secretário de desenvolvimento energético do MME, participaram do PE Business Wind, realizado na última quinta-feira, 18 de abril, em Olinda (PE). De acordo com José Carlos de Miranda Farias, diretor da EPE, empreendedores tem visitado a empresa e mostrado projetos com preços menores, o que confirma a tendência mundial de queda do preço. "A EPE já recebeu projetos solares de R$ 160 por MWh", comenta. Segundo Miranda, lançar a fonte em um leilão agora poderia ser motivo de arrependimento no futuro, já que o preço poderia cair ainda mais em poucos anos. A diversificada matriz energética brasileira também tira a pressa no lançamento da fonte. "Não estamos em situação de emergência. A EPE está acompanhando e fazendo estudos para que a fonte entre em grande quantidade", explica o diretor. Segundo Altino Ventura, o MME vem recebendo estudos de fabricantes e agentes internacionais sobre preço. Ele teve acesso a um estudo da PSR sobre os custos da fonte solar no país. O estudo concluiu que os preços chegariam em uma faixa de R$ 140/MWh a R$ 160/MWh, mas apenas em 2018. A sugestão da consultoria foi o governo colocar a fonte em um leilão A-5 este ano a R$ 160/MWh, para que em 2018 a base de preço negociada não estivesse defasada. Apesar de colocar a proposta em análise pelo Ministério, Ventura nega a inserção da fonte em certames desse ano, justificando que o modelo da fonte é o A-3 pelo seu tempo menor de implantação e que o estudo é apenas uma sugestão. Ele também defende que a fonte não estaria preparada e que a energia solar terá o deslanche no seu momento adequado. "A fonte solar vai chegar lá. O MME não quer lançar a alternativa e depois não se sustentar", observa. (Pedro Aurélio Teixeira)