Queda nos custos de painéis solares evidencia importância de redes inteligentes

Redes devem ser seguras para suportar geração distribuída e demanda de consumidores. Os custos com painéis solares no mundo estão caindo cada vez mais e por conta disso o papel das redes inteligentes tende a ficar cada vez mais importante, para fornecer mais segurança no processo de geração distribuída. De acordo com Orestes Castaneda, representante da Enel, nos últimos três anos, o custo com as placas já caiu mais de 50% e no Brasil o panorama não está sendo diferente. "Em três anos ele serão uma realidade no país", afirma. O executivo esteve presente nesta sexta-feira, 28 de junho, em seminário de redes inteligentes realizado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Castaneda dá como exemplo cotação de preços para o projeto de cidade inteligente da Ampla (RJ), em Búzios. Em setembro de 2012, custava R$ 60 mil e em março de 2013, o preço já tinha caído para R$ 45 mil. Ainda, segundo ele, as redes de distribuição do Brasil ainda não estão prontas para a geração solar distribuída, por não terem sido criadas originalmente para isso. Os investimentos em redes inteligentes feitos na Itália nos últimos anos possibilitaram que a tarifa não disparasse, mesmo que os custos com encargos e com a geração de energia tivessem subido. A compensação veio com a diminuição nos gastos com transmissão e distribuição que as redes trouxeram. A adoção de padrões abertos é um consenso e também a alta densidade no uso de tecnologias de informação e comunicação torna-se necessária. Em uma análise mundial, países economicamente desenvolvidos, como Itália e Alemanha, também apresentam um alto índice de expansão das suas redes inteligentes. Embora exista a tendência de mudança de comportamento do consumidor, ainda não há dados que comprovados essa alteração. Na opinião de Guilherme Susceras, da consultoria Roland Berger, megatendências globais como a densidade demográfica e os avanços tecnológicos vão forçar a implantação das redes no mundo. O consumidor da década de 90 suportava ficar um determinado período de tempo sem energia. Já o de hoje em dia, suporta um tempo menor e o de 2030 menos ainda. Haverá a necessidade de cada vez mais a rede ser confiável para que consiga atender a demanda e não sofra com interrupções. "A rede inteligente permite que se use os recursos de energia de maneira mais eficiente", explica. (Pedro Aurélio Teixeira)