Renova disputará leilão A-3

Companhia, que tem a Light e a Cemig no bloco de controle, oferecerá energia solar no certame da Aneel previsto para 18 de novembro deste ano, com entrega a partir de 2016. A Renova Energia, empresa que tem a Light e Cemig no bloco de controle, oferecerá energia solar no leilão A-3 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), previsto para 18 de novembro. A companhia tem cerca de 200 megawatts (MW) em projetos cadastrados para participação no leilão e pretende manter a expansão no segmento de energia eólica. A companhia - que tem estado presente com energia eólica nos leilões do mercado regulado e também vende no mercado livre - oferecerá energia solar em leilão previsto para novembro, mesmo com a perspectiva de que essa fonte tenha que competir com outras mais baratas. O leilão A-3, que tem previsão de entrega de energia a partir de 2016, será o primeiro certame com participação de projetos de fonte solar do setor elétrico no Brasil. "Nossa meta é poder ser tão competitivo com energia solar quanto uma usina a gás natural. Se a usina a gás estiver de R$ 180 a R$ 200 por megawatt-hora (MWh), por exemplo, a solar tem que estar um pouco abaixo", afirmou o presidente da Renova Energia, Mathias Becker. Segundo o executivo, apenas 30% dos equipamentos de uma usina solar podem ser fabricados no Brasil, de forma que um projeto dessa fonte tem importante influência da variação do dólar, e a empresa ainda negocia com fornecedores para o leilão. A Renova tem 400 MW em projetos de energia solar já outorgados, que podem ser construídos. O potencial solar está na Bahia, mesmo estado em que a companhia oferece novos potenciais de energia eólica a preços competitivos. No leilão de energia de reserva exclusivo para a fonte eólica, realizado no fim de agosto, a companhia vendeu 159 MW de parques eólicos na Bahia. O preço médio praticado pelas empresas vencedoras no leilão, de R$ 110,51 por MWh, é um patamar sustentável para os próximos cinco anos, segundo Becker. "É um patamar sustentável para a indústria manter se desenvolvendo. O preço pode va-riar um pouco, porque o dólar variou, mas é uma base de preço competitiva", disse o executivo, ao acrescentar que a variação de preço pode ocorrer, mas não vê esse patamar aumentando muito no futuro para o desenvolvimento de projetos no País. No leilão de energia A-5 realizado em dezembro de 2012, o preço médio da energia eólica vendida foi de R$ 87,94 por MWh, e a Renova chegou a vender energia de 22,4 MW em potência instalada. A Renova quer manter presença nos leilões com energia eólica e para o leilão A-3 de novembro cadastrou cerca de 400 MW de eólicas, também na Bahia. A companhia buscará cadastrar mais ou menos a mesma quantidade para o A-5, previsto para 13 de dezembro e com entrega da energia em cinco anos, para o qual o cadastramento de projetos ainda não foi aberto. A variação do dólar, apesar de impactar negativamente o preço da energia eólica, não chega a prejudicar a competitividade dessa fonte, segundo Becker, diante dos atuais exiexigências de nacionalização exigidos no país e já que outras fontes, como o carvão, por exemplo, dependem ainda mais de equipamentos importados. A moeda norte-americana disparou nos últimos meses ante o real, sob influência de expectativas de redução dos estímulos monetários pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, o que reduziria o fluxo de capitais para países emergentes. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), importante fonte de financiamento para o setor elétrico, exigia que no mínimo 60% dos equipamentos eólicos de um parque fossem fabricados no Brasil, para que as empresas habilitassem projetos a empréstimo dentro do Finame. Em dezembro de 2012, o banco de fomento passou a aplicar nova metodologia, com o objetivo de elevar gradativamente o conteúdo local dos aerogeradores eólicos, estabelecendo metas de nacionalização periódicas que as fabricantes devem cumprir. Expansão A Renova tem mantido a construção de cerca de 250 MW em projetos eólicos por ano. A Renova tem capacidade instalada contratada de 1.449,4 MW, sendo 1.407,6 MW de energia eólica e 41,8 MW de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Segundo Becker, a empresa está sempre atenta a aquisições, mas ao menos no setor eólico o crescimento orgânico tem se mostrado mais vantajoso. No início de agosto, a Cemig passou a fazer parte do seu bloco de controle, por meio de uma subscrição e integralização de novas ações a serem emitidas. Com a operação, a empresa de energias renováveis passou a ter participação em ativos da Brasil PCH, cuja negociação completa ainda está em curso pela Cemig. A Cemig acertou a compra da parcela de 49% da Brasil PCH que pertence à Petrobras em junho, mas ainda busca adquirir o restante da empresa em negociação com outros acionistas. Becker disse que não é possível estimar quando a Renova passará a de fato ter participação na Brasil PCH.