Tarifas de gás podem ficar 6% mais caras em São Paulo

As tarifas de gás da Comgás, responsável pelo abastecimento de gás canalizado em 177 municípios de São Paulo, vão ficar mais caras a partir do dia 31 de maio, data do reajuste anual da distribuidora paulista, que é calculado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Segundo fontes do setor, as expectativas são que as tarifas para os consumidores industriais aumentem em torno de 6% No início de junho do ano passado, as tarifas da Comgás para os grandes usuários, com consumo mensal de 500 mil a 10 milhões de metros cúbicos, aumentaram entre 15% e 16,6%. Em 2012, as tarifas dos clientes residenciais foram reajustadas entre 3,2% e 12,6% dentro da área de concessão da Comgás. No segmento industrial, o aumento foi de 11,4% a 13% para os clientes que consomem entre 10 mil e 100 mil metros cúbicos por mês. No segmento comercial, as tarifas de gás tiveram reajustes entre 3,2% e 11,4%. O aumento nos preços do gás vai contribuir para a aceleração dos índices de inflação. A elevação das tarifas vai influenciar, por exemplo, os custos dos fabricantes de vidro, cerâmica e produtos químicos, segmentos em o que insumo possui um peso maior no processo de produção. Segundo o coordenador de energia térmica da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), Ricardo Pinto, as indústrias ainda não sabem qual será o reajuste da Comgás. "Sem dúvida, as empresas serão impactadas", disse o executivo, que está à frente do Projeto Mais Gás Brasil. Os grandes consumidores de energia se queixam da falta de transparência na definição das tarifas de gás. Abrace reivindica, principalmente, que a Arsesp divulgue informações mais detalhadas sobre o saldo da conta gráfica, na qual são repassadas as variações com o custo da matéria-prima, incluindo as oscilações no câmbio. Segundo Pinto, os consumidores costumam ser pegos de surpresa nos reajustes tarifárias das distribuidoras de gás. "É importante para as indústria que haja uma maior previsibilidade." De acordo com a entidade, outras informações poderiam ser divulgadas pela Arsesp e que facilitariam as projeções feitas pelas indústrias, como a publicação da margem de distribuição e o preço de aquisição do gás pelas distribuidoras. (Cláudia Facchini)