Térmicas cobram preço melhor para usina a carvão

Depois do fracasso da inclusão de térmicas a carvão no último leilão de energia, realizado em agosto, o setor prepara uma lista de reivindicações para conseguir viabilizar as usinas no próximo certame, agendado para o mês de dezembro. No leilão passado, o governo havia estabelecido como R$ 140 o preço máximo para o megawatt/hora das térmicas. A instalação das usinas só é possível a partir de um megawatt/hora de R$ 170, segundo o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan. "O preço-teto é aquém do que temos condições de oferta. O governo sabia disso, mas quis testar o mercado. Faz parte do processo, mas não deu certo", diz. A escalada do dólar também eleva o preço de implantação de uma termelétrica. "Cerca de 50% dos equipamentos, como caldeiras e turbinas, são importados." Além de pressionar o Ministério de Minas e Energia para elevar o valor do mega-watt, o segmento demandará a criação de uma política para a indústria do carvão. "Como foi feito com a eólica. Se soubermos de antemão o volume de energia de térmicas que será necessário nos próximos anos, fabricantes de peças poderão se interessar em produzir no país." A entidade também tentará forçar um prolongamento do prazo de instalação das usinas, que, no edital passado, era até o início de 2018. "Precisamos de 46 meses para construir uma. Qualquer atraso que tivermos, com entrega de máquinas, por exemplo, será multado", acrescenta Zancan. A associação quer que as empresas tenham cinco anos, a partir do momento de assinatura do contrato, para concluir as obras. (Maria Cristina Frias)