Térmicas e eólicas serão segmentadas nos leilões, diz Tolmasquim

participação de mais fontes nas disputas este ano. O governo planeja colocar produtos termelétricos diferentes para as usinas a carvão e a gás natural com a meta de garantir a participação dessas duas fontes nos próximos leilões de energia nova este ano. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, o objetivo é de que as fontes térmicas não entrem em competição entre si e nem com as eólicas no A-3, disputa que terá a segmentação entre as fontes. Com isso, abre-se a possibilidade de cada uma dessas conquistar seu espaço nos certames previstos para este ano. "A gente tem que buscar equilíbrio entre as fontes e agora vamos caminhar para aumentar a participação das térmicas com produtos específicos para o leilão de maneira que não tenha competição entre elas", disse Tolmasquim à Agência CanalEnergia. A ideia é de trazer as usinas térmicas mais baratas, a gás natural e carvão, para a disputa no A-5, que deverá ocorrer no final do ano. Aliás nessa disputa ainda está prevista a colocação da UHE Sinop (MT - 400 MW), uma das últimas hidrelétricas com um pequeno reservatório que ainda podem ser feitas no país. O governo, dessa forma, disse o executivo, quer separar as eólicas das demais fontes e promover uma maior diversificação da matriz nos leilões, que nos últimos anos tem visto um domínio das eólicas com preços que eliminam a competitividade de fontes como a PCH e a biomassa. Essas duas também poderão participar no A-3, assim como o gás natural se houver tempo para a sua instalação. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- EPE confirma P90 para eólicas que ficarão restritas aos leilões de Reserva e A-3. ABEEólica queria reduzir a exigência para P75, mas o impacto sobre a tarifa será menor que as estimativas iniciais de elevação de 15%. O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, disse nesta quinta-feira, 25 de abril, que o governo levará adiante o critério P90 para o próximo leilão de energia para a fonte eólica, deixando de lado, dessa forma, a proposta de P75 feito pela associação que representa este segmento do setor elétrico. A nova metodologia tem como base a perspectiva de que o imapcto sobre a tarifa desses empreendimentos será pequeno com o aumento do rigor no critério de cálculo de garantia física. Tolmasquim disse que as simulações iniciais apontavam para um aumento de cerca de 15% no custo. Contudo, a estimativa agora é de que a elevação da tarifa de energia eólica, que vem em trajetória de queda nos últimos anos, possa aumentar em um patamar menor do que esse. Ele ressaltou porém que esse indicador ainda dependerá da demanda. Cerca de 15 dias atrás, a ABEEólica afirmou que a medida apresentada pelo governo seria demasiadamente forte e que o índice P75 seria o mais adequado para não onerar o investidor e, ao mesmo tempo, atenderia a demanda do governo em ter a garantia de geração desses empreendimentos. Além dessa proposta, o governo não incluirá no leilão A-5 a fonte que será colocada apenas no leilão A-3 e no Leilão de Energia de Reserva exclusivo para a eólica, previstos para este ano. Em ambos, só poderão participar os parques que tiverem as suas conexões garantidas. "A oferta que teremos no leilão é de parques com a conexão garantida. Não há dúvida de que teremos menos ofertantes, mas com isso queremos evitar novos atrasos na entrada em operação desses empreendimentos", afirmou Tolmasquim à Agência CanalEnergia. (Maurício Godoi)