Térmicas mais caras podem ser desligadas em dois meses, diz Chipp

Apesar de hidrologia mais favorável, perspectiva de curto prazo ainda aponta para a necessidade para o uso de térmicas ao longo do ano. O diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, Hermes Chipp, classificou a atual situação dos reservatórios das hidrelétricas como tranquila e com isso já há a perspectiva de desligamento de algumas das térmicas mais caras que estão em operação. De acordo com o executivo, essa decisão deverá ser tomada nas próximas reuniões do Conselho de Monitoramento do Sistema Elétrico, em até dois meses. Porém, no curto prazo, a perspectiva é de que o país continue a utilizar as térmicas para garantir a segurança do sistema. "Os reservatórios estão tranquilos, em Furnas temos cerca de 67%, na região Nordeste está na casa de 40% e no Sudeste em 62%", disse Chipp após sua apresentação na Exposição e Fórum Internacional sobre Centro de Operação e Controle das Empresas de Energia Elétrica (Cenocon), realizada em São Paulo. "A decisão de quanto as térmicas ficarão ligadas depende das condições hidrológicas de cada mês, pode ser até que em função da atual evolução da hidrologia uma parte das térmicas possam ser desligadas em dois meses, as mais caras. Mas acho que não deverão ser desligadas todas, pelo menos no curto prazo", afirmou Chipp a jornalistas. O executivo disse ainda que a expectativa do ONS é de que a linha de transmissão que escoará a energia produzida pelas usinas do Madeira, a UHE Santo Antônio (RO - 3.150 MW) e UHE Jirau (RO, 3.750 MW), deverá entrar em operação até julho. Com isso, a produção poderá ser enviada para a região Sudeste. Segundo ele, a linha de transmissão de 90 quilômetros de extensão entre os municípios de Itabirito e Vespasiano, ambas em Minas Gerais, não ficará pronta, mas não deverá trazer problemas de fornecimento para a cidade de Belo Horizonte na Copa do Mundo de 2014. Segundo ele, a região será atendida por térmicas e, somente se houver contingências múltiplas, como a queda de duas linhas de 500 kV é que a região poderia sofrer algum corte de carga para áreas não essenciais. "Não há perspectiva de cortes em cenários de referência", comentou Chipp. Ele disse que o atendimento da demanda nos eventos esportivos deverá ocorrer sem problemas. (Maurício Godoi)