Transmissão precisa ser reforçada, afirma Chipp

Diferença entre o CMO nas regiões Sudeste e Sul do país para o período de 2014 a 2017 indica que faltam linhas que reforçam o sistema. O Operador Nacional do Sisitema Elétrico prevê um crescimento médio da carga em 4,3% ao ano para o período entre 2013 e 2017 e que deverá se situar acima do crescimento da economia do país pela primeira vez. Segundo seu diretor geral, Hermes Chipp, o que preocupa atualmente o ONS é a diferença da perspectiva de Custo Marginal de Operação entre as regiões Norte e Nordeste quando comparado com os valores estimados para os submercados Sudeste/Centro Oeste e Sul, que estão mais altos. Segundo a apresentação o 10. Encontro Anual do Setor Elétrico, que ocorre nesta terça-feira, 21 de maio, no Rio de Janeiro, Chipp revelou que as projeções da CMO entre 2014 e 2017 no Norte e Nordese deverão ficar na casa de R$ 185 por MWh e recuar a R$ 115 por MWh ante R$ 285,74 e R$ 220,83 por MWh nas regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste. "O nosso relatório mostra que há diferença entre os custos marginais de operação entre as regiões Norte e Nordeste quando comparada com o Sudeste e o o Sul. E isto significa que há limite de transmissão e quando essa diferença é grande, isso indica que você precisa reforçar a transmissão", afirmou Chipp após a sua apresentação no evento. O atual cenário, relatou ele, é um sinal de que talvez seja necessário implementar um reforço na interligação Norte e Sul. Essa recomendação, continuou ele, já foi feita ao planejador. Chipp voltou a afirmar que o desligamento de quatro termelétricas mais caras e que estava ligadas levou o país a reduzir o custo de operação em R$ 260 milhões e os encargos em R$ 80 milhões. Esse último valor refere-se ao montante que deixou de ser rateado entre os consumidores via PLD e aos geradores. Ainda nesta quarta-feira, 22 de maio, o ONS deverá se reunir com a Santo Antônio Energia e a Energia Sustentável do Brasil, as concessionárias responsáveis pelas usinas de Santo Antônio (RO - 3.150 MW) e de Jirau (RO - 3.750 MW) com relação à segurança da transmissão da produção das duas centrais. Segundo Chipp, a intenção é adiantar a instalação de um equipamento de controle nas turbinas para que toda a energia das usinas do Madeira possa ser transmitida com segurança. Apesar disso, ele afirmou que a produção poderia chegar à Araraquara, mas que esse controle traria maior segurança para a transmissão. Ele se mostrou mais preocupado com a falta de interesse de investidores no lote que ligaria Araraquara a Fernão Dias (SP) e que ficou sem lances no último leilão de transmissão, realizado em 10 de maio. Em sua avaliação, o planejador deveria verificar o que ocorreu para "dar branco" no leilão. Esse sistema a que ele se refere comporia o sistema receptor da energia das usinas do Madeira a ser distribuída na região sudeste. (Maurício Godoi)