Volta de térmicas a carvão pode liberar R$ 6 bi em projetos

Cerca de R$ 6 bilhões em projetos poderão ser desengavetados se o governo federal permitir que usinas térmicas movidas a carvão participem do próximo leilão de energia, a ser realizado no segundo semestre deste ano. Na terça, o ministro de Minas e Energias, Edison Lobão, sinalizou que a fonte deverá ser contemplada no próximo edital. O último leilão que autorizou a participação das usinas a carvão foi realizado em 2008. Questões ambientais e de mercado (a energia de termelétricas é mais cara) foram responsáveis por excluí-las das disputas seguintes. A volta do carvão ocorreria para garantir uma maior segurança energética e evitaria sustos em decorrência do nível dos reservatórios de água. Hoje, a fonte gera 1,4% da matriz energética do país -a capacidade instalada é de 1.752 MW, segundo a Associação Brasileira do Carvão Mineral. "Outros 2.452 MW, cujos projetos demandarão cerca de R$ 6 bilhões, estão aptos a participar de leilões, pois já têm licença ambiental prévia", diz o presidente da entidade, Luiz Fernando Zancan. Um dos empreendimentos será o da Usitesc, das empresas Carboníferas Criciúma e Metropolitana, além do fundo de investimentos Energia PCH. "Desde 2009 estamos aguardando. Chegamos a estar qualificados para o leilão de 2009, que foi cancelado", diz Kaioa Gomes, responsável pelo projeto de R$ 1,6 bilhão. "Era inviável implantarmos a usina para operarmos no mercado livre, onde os preços são muito baixos." A empresa MPX, de Eike Batista, também tem projetos já licenciados (Maria Cristina Frias)