Projeto da Gas Brasiliano com usinas de açúcar e etanol pode ter um retorno de investimento até duas vezes mais rápido
MAURÍCIO GODOI, DA AGÊNCIA CANALENERGIA, DE SÃO PAULO
De acordo com dados apresentados pela concessionária de gás paulista, para cada tonelada de cana são gerados 61 kWh de energia, mas, ao acrescentar o gás natural – ou biogás –, essa produção passa a 113 kWh. O diretor Técnico Comercial da Gas Brasiliano, José Waldir Ferrari, explicou que essa usina híbrida atuaria na base com o dobro de energia e com um retorno do investimento duas vezes mais rápido do que a usina convencional.
“Essas usinas podem gerar energia o dia todo e afastar o fantasma da sazonalidade característico da fonte biomassa. Aquela parte do ano que não teria energia passa a não existir mais”, comentou o executivo em apresentação durante o 3o Fórum Cogen/Canalenergia, evento realizado em São Paulo nesta quinta-feira, 21 de setembro.
O executivo explicou que para se alcançar esses resultados não são necessárias grandes mudanças na planta de geração com o objetivo de obter quase o dobro da energia obtida na mesma turbina. A central precisa ser de alta pressão onde se queima o gás. “É possível elevar a eficiência de 12% para 19% diante de inserção de pequena quantidade de gás natural e no meu resultado final a geração é 85% maior”, destacou ele.
Esse conceito, contudo, não é novidade. A usina híbrida já existe em diversos países pelo mundo. Inclusive, ressaltou, há uma central de geração híbrida em Amsterdam, na Holanda que é considerada a mais eficiente do mundo. Entre os exemplos citados há usinas na cidade espanhola de Bilbao ou ainda no Japão. Mas todas queimam resíduo sólido urbano e gás, enquanto aqui, acrescentou, temos a capacidade de fazer o mesmo com biomassa.
Esse tipo de usina, afirmou o diretor da Gas Brasiliano, valoriza o uso da biomassa com mais eficiência e leva a um resultado econômico e financeiro com taxa de retorno mais atrativo quando comparado à necessidade de capex. Ainda mais por conta de restrições de UHEs pelas quais o país vive. Outro ponto é a pega ambiental, pois com mais energia advinda da fonte, argumentou, é possível inserir no processo energia mais eficiente, com redução das emissões e aumentar a oferta de energia na base com fonte mais limpa ao invés de outros combustíveis mais poluentes.