Redução de carga para 2016 deve ser da ordem de 1 GWmédio

O Programa Mensal de Operação de janeiro traz uma revisão significativa de carga para o ano de 2016, da ordem de 1 GW médio, em razão da redução nas taxas de crescimento da economia projetadas no Plano de Operação Energética. Na última versão do PEN, as projeções da Empresa de Pesquisa Energética e do Operador Nacional do Sistema Elétrico em relação ao Produto Interno Bruto passaram de um crescimento de 1,1% para redução de 2% no ano que vem, segundo relato de agentes do setor que participaram da apresentação do PMO na sede do ONS.

A carga esperada para janeiro e fevereiro é menor que no mesmo período de 2015, em função da expectativa de temperaturas mais amenas. Em tese, essa redução de carga pode ter impacto na formação do Preço de Liquidação das Diferenças. Há, porém, uma previsão menos otimista em relação à intensidade das chuvas nos últimos 15 dias de 2015 e na primeira quinzena de 2016, devido à atuação de um sistema de alta pressão que impede a chegada de frentes frias ao Sudeste e também ao Nordeste do país.

As termelétricas continuarão ligadas por enquanto, segundo o ONS, porque é necessário esperar a evolução do período úmido. No mês de dezembro, com as chuvas torrenciais no Sul, houve maximização do intercâmbio de energia para o Sudeste. As precipitações ficaram abaixo da média histórica em algumas bacias daquela região, como a do Tietê, a do Rio Grande e a do Paranaíba.

Nas bacias do Tocantins, no Norte, e do São Francisco, no Nordeste, choveu menos ainda, e as afluências foram as piores do histórico. No caso do São Francisco, continuam as tratativas para redução da vazão do reservatório de Sobradinho. A Chesf foi autorizada a fazer testes com a vazão atual de 900 m³ por segundo e, na semana que vem, com 800 m³\s.

A situação em termos de armazenamento é melhor no SE e no Sul e pior no NE, mas, do ponto de vista do atendimento eletroenergético do país, o cenário está melhor que no ano passado. A avaliação é que o fenômeno meteorológico El Niño está estável, mas em alta intensidade, e pode ser o mais forte dos últimos tempos. As previsões apontam 90% de chance de que ele continue atuando até maio do ano que vem, quando termina o período chuvoso.